‘Hurry Up Tomorrow’: atuando, The Weeknd é ótimo cantor
Em um limbo criativo, artista canadense dá show de estrelismo ao tentar emplacar narrativa de astro sofrido

O cantor The Weeknd entrou em um grande limbo criativo de projetos nos últimos anos, principalmente quando se trata de audiovisual.
Depois do fracasso da série The Idol (2023), ele tenta mais uma vez emplacar a narrativa de astro da música sofrido, de coração partido, em meio a uma indústria que só pensa no lucro em Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes, baseado em seu último álbum homônimo.
Há também o intuito de deixar para trás a persona The Weeknd e adotar o nome real, Abel Tesfaye. A tentativa falha, assim como todas as mais recentes. Não cola se fazer de injustiçado e incompreendido quando só se tem olhar para si mesmo. O resultado é a epítome do egocentrismo e estrelismo no showbusiness — no mau sentido, já que não há autocrítica.
O longa dirigido por Trey Edward acompanha um músico (Abel Tesfaye) atormentado pela insônia, que se aventura ao lado de uma jovem misteriosa (Jenna Ortega), obcecada pelo trabalho. A relação fica tóxica e leva o cantor ao limite.
Se tem uma coisa que faz valer o ingresso é o magnetismo de Jenna Ortega e Barry Keoghan, no papel de Lee. Fica difícil para a dupla vender o projeto e recompensar a falta de aptidão de Tesfaye para o negócio da atuação.
NOTA: ★★☆☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 23 de maio de 2025, edição nº 2945