‘Eu, Capitão’ toca em assunto delicado da migração sem se responsabilizar
Filme de Matteo Garrone mostra horrores da travessia do Senegal à Itália, sem falar sobre barreiras europeias
![Cena de "Eu, Capitão": desafios vividos por Moussa e Seydou](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/03/EU-CAPITAO-1-Divulgacao.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1000&h=667&crop=1)
✪✪✪ Em cartaz nos cinemas, Eu, Capitão é uma dolorosa odisseia sobre migração. O filme de Matteo Garrone apresenta a travessia de Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall) após deixar Dakar, no Senegal, rumo à Itália, para seguir o sonho de se tornarem músicos.
Inspirada em histórias reais, a narrativa foca nas situações violentas que os dois garotos vivem no território africano, antes de chegar ao país europeu. É de se notar que o longa foi dirigido justamente por um italiano.
Garrone toca em um assunto espinhoso para todo o continente, explicitando os horrores vividos. no entanto, deixa de lado a responsabilidade do país na imposição de barreiras para a concretização desse processo. Um dos acertos do diretor foi usar o uolofe, língua do Senegal.
Publicado em VEJA São Paulo de 1 de março de 2024, edição nº 2882