Pré-estreia da nova versão de ‘Iracema’ teve presença de diretor e atriz
Jorge Bodanzky, Edna de Cássia e cineastas marcaram presença no Cine Vejinha do filme, em parceria com Gullane+ e Espaço Petrobras de Cinema

Leitores da Vejinha puderam assistir a versão restaurada em 4K de Iracema – Uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, em primeira mão na segunda-feira (21). O Cine Vejinha realizou uma nova edição, em parceria com a Gullane+, no Espaço Petrobras de Cinema.
A sessão teve a presença especial do diretor Jorge Bodanzky e da atriz Edna de Cássia, além dos cineastas Laís Bodanzky, Tata Amaral e Rubens Rewald.

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Análise da versão restaurada de Iracema
A obra teve um trabalho minucioso de restauro, a partir do negativo original 16mm da matriz do filme em um laboratório em Berlim, na Alemanha — onde estreou e foi exibido novamente neste ano. A qualidade das imagens proporciona uma reflexão sobre como as questões que apresenta continuam atuais.
O filme acompanha o encontro de Tião Brasil Grande (Paulo César Pereio), motorista de caminhão do Sul do Brasil, com Iracema (Edna de Cássia), jovem do interior que se prostitui para sobreviver, durante o Círio de Nazaré, em Belém.
Ela pega uma carona com o homem pela rodovia Transamazônica e a dupla testemunha o desmatamento, as más condições de trabalho e saúde e a realidade do comércio de camponeses — quando a linha entre ficção e realidade se borra.
Apesar de se observar machismo e misoginia, marcantes daquela época, em tempos de Anora (2024), nós, brasileiros, devemos exaltar Iracema.
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de julho de 2025, edição nº 2954