Carolina Markowicz: “Gosto de filme que propõe reflexões e nenhuma óbvia”
Cineasta, homenageada em nova coleção da Mubi, foi ao Festival de Berlim com seu novo filme

Uma das revelações do cinema nacional nos últimos anos, Carolina Markowicz tem sua trajetória celebrada em nova coleção da Mubi. A plataforma reúne boa parte da filmografia da cineasta paulistana de 42 anos, celebrada em festivais internacionais. Um destaque é O Órfão (2018), curta que lhe garantiu o prêmio Queer Palm em Cannes. “Foi um divisor de águas para mim”, diz.“Me fez entender como prosseguir e teve uma carreira muito sólida”.

A repercussão dos curtas foi tanta que chamou a atenção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. em 2021, ela foi convidada a integrar o comitê de votação do Oscar, junto de outros cinquenta brasileiros. Um ano depois, lançou seu primeiro longa, Carvão (2022), que também está disponível na coleção da Mubi. Uma marca nas produções são as críticas sociais ambientadas em uma atmosfera densa e de fantasia, que revela uma dura realidade do Brasil. “Gosto quando um filme te propõe reflexões e nenhuma delas é óbvia”, garante.

No streaming, ainda é possível conferir os curtas Edifício Tatuapé Mahal (2014), Postergados (2016) e Namoro à Distância (2017). Carolina acaba de voltar do Festival de Berlim, onde exibiu o projeto do seu próximo longa, O Funeral, que vai ser gravado em São Paulo, e conversou com produtores em um evento de mercado. “É difícil ser mulher no audiovisual. mas eu fico muito feliz de ver cada vez mais diretoras com trabalhos reconhecidos, que falam por si só.”

Publicado em VEJA São Paulo de 7 de março de 2025, edição nº2934