‘Caminhos Cruzados’ reflete sobre transfobia e arrependimento de familiar
Filme dirigido pelo sueco Levan Akin narra busca de senhora por sobrinha, que fugiu após não ser aceita
A força de Caminhos Cruzados está nas sutilezas. O filme, dirigido pelo sueco Levan Akin (E Então Nós Dançamos), em cartaz nos cinemas, acompanha a busca de Lia (Mzia Arabuli) pela sobrinha Tekla. A senhora é encarregada de realizar o último desejo da finada irmã, de levar a jovem de volta para casa.
Com a ajuda de Achi (Lucas Kankava), amigo de Tekla, com quem cria uma relação antagônica, viaja da Geórgia a Istambul, na Turquia, e sai pelas ruas, chegando às profundezas da cidade. Recorre a diversos meios, ferramentas e pessoas, incluindo a advogada Evrim (Deniz Dumanli).
A fuga da sobrinha teve um motivo específico: Tekla é uma mulher trans, que não foi aceita em seu núcleo familiar.
O longa aborda com delicadeza a realidade da transfobia e do arrependimento dos familiares. As diferentes camadas das personagens podem ser notadas graças às performances ricas, principalmente de Deniz e Mzia.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de julho de 2024, edição nº 2901