Tom Hanks é um dos poucos pontos positivos em ‘Aqui’
Ator reencontra-se com diretor e roteiristas de 'Forrest Gump' em filme que usa inteligência artificial para falar sobre a passagem do tempo em uma sala

Para muitos fãs, pode soar irracional ou insensato criticar uma obra com Tom Hanks. A esses, há de lamentar: é inevitável desta vez. o lado bom é que o astro americano é um dos poucos pontos positivos de Aqui.
A mesma equipe de direção (Robert Zemeckis) e roteiro (Robert Zemeckis e Eric Roth) de Forrest Gump (1994) se reúne no longa, que conta a história de uma sala e seus moradores ao longo dos anos, remontando aos primórdios da humanidade até chegar aos dias atuais.
A ideia é mostrar as transformações de acordo com gostos e costumes de cada época. A câmera fica estática praticamente o filme todo, para facilitar a comparação. Há diferentes casais e famílias, mas todos ficam em segundo plano ante a história de Richard (Tom Hanks) e Margaret Young (Robin Wright).

Vemos os dois na juventude, com os rostos dos atores rejuvenescidos por uma tecnologia de inteligência artificial medonha, enquanto imagens de outros eixos narrativos são sobrepostos como colagens.
São escolhas questionáveis, que tornam o formato chato e cansativo. A sensação é a de que o diretor ficou refém das próprias decisões. Os outros casais, com mensagens importantes, ficam superficiais e as performances, como um todo, ofuscadas.
Uma pena, pois a história principal é, de fato, emocionante e traz à tona questões válidas sobre tempo, propósito e vida.
NOTA: ★★☆☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de janeiro de 2025, edição nº 2927