Joanna Arnow estreia na direção com obra sobre sexualidade feminina e BDSM
Atriz e diretora protagoniza cenas de nudez em comédia produzida por Sean Baker, vencedor da Palma de Ouro em Cannes
Joanna Arnow começa e termina Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou totalmente nua. da primeira à última cena, a nudez simboliza a vulnerabilidade (e a força) da personagem Ann, não necessariamente em contextos sexuais.
Além de protagonizar o filme, em cartaz nos cinemas, a cineasta estreia na direção de um longa e assina o roteiro com muita personalidade. a produção é de Sean Baker, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes por Anora em maio.
Ann concilia um emprego mediano, aulas de ioga e uma família judaica intolerante com sessões de BDSM. Essa rotina coloca-a em situações cômicas, por vezes autodepreciativas. Em posição de submissa, Ann se vê invisível em diferentes instâncias, até que decide quebrar o círculo e encontrar seu valor.
O texto, criado a partir de relatos de colegas da diretora e dos contos da americana Carmen Maria Machado, exalta a autonomia da mulher.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de junho de 2024, edição nº 2899