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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Um pequeno guia para degustar vinhos

Confira o passo a passo da prova da bebida e conheça três garrafas de diferentes variedades para treinar

Por Marcelo Copello
Atualizado em 20 jan 2022, 14h59 - Publicado em 21 ago 2020, 06h00
Francês, espanhol e australiano: melhor forma de degustar (Divulgação/Divulgação)
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Beber é simples: basta transferir o líquido da garrafa para a taça e, finalmente, para a boca. Na degustação, esse caminho passa pelo cérebro e pelo coração. A autêntica técnica consiste em proceder toda a análise de maneira natural e contínua, de modo a não comprometer o principal: o prazer.

O que torna a bebida tão especial é o equilíbrio entre razão e emoção, que inspira quem desarrolhou a garrafa. Confira, abaixo, pontos a serem notados quando se faz uma prova e, ao lado, encontre sugestões para treinar.

Olhar. Normalmente, quanto mais escura a cor, mais encorpado (e mais tânico nos tintos). Quanto mais viva, mais ácido e jovem o vinho é. Quanto mais esmaecida, mais velho e menos ácido. Nos tintos, quanto mais violeta ou rubi, mais jovem (pode indicar que ainda está inadequado para beber). Quanto mais apagada e próxima à cor de tijolo ou laranja, mais envelhecido.

Os brancos jovens têm tonalidade tendendo ao verde, que, com o tempo, passa a amarelo e ao dourado. Os brancos ficam mais escuros ao envelhecer. Desconfie de brancos escuros demais.

Olfato. Aqui reside o grande charme do vinho. Gire-o na taça, libere a imaginação e inspire. Os odores mudarão à medida que você os aprecia. É interessante guardar um pouco de bebida na taça por algumas horas para acompanhar a evolução olfativa. Procure associar a coisas que você conhece (frutas, flores, especiarias, minerais) e ficará mais fácil reconhecê-los e recordá-los.

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Paladar e tato. Beber é o último estágio, no qual se confirmará tudo o que se sentiu anteriormente. O paladar proporciona quatro sensações: doçura, acidez, salgado e amargor. Alguns cientistas acrescentam os chamados umami e kokumi, este ainda em estudos (tornariam os vinhos mais “substanciosos”). No contato da boca, nota-se a consistência do vinho, a aspereza, a fluidez, a pungência, a temperatura e a adstringência ou tanicidade.

O aroma de boca é diferente do de nariz, pois a saliva aquece e intensifica a evaporação. Em geral, esses aromas são mais fortes e menos elegantes que os de nariz. Para senti-los melhor, pode-se, com o líquido ainda na boca, deixar entrar um pouco de ar nela. Após engolir, sente-se o calor provocado, efeito do álcool e o que chamamos fim de boca. Com alguns exemplares, tem-se a sensação de que os aromas retornam após algum tempo, o que chamamos de retrogosto.

Confira exemplares para o teste:

Celler de Capçanes Mas Collet Selecció Montsant

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O produtor Celler de Capçanes fica na região espanhola de Montsant, vizinha ao Priorato. Elaborado com carignan, cabernet sauvignon e garnacha, fica nove meses em barricas. Cor violácea escura, com aromas de frutas negras, bom corpo e taninos doces. R$ 109,00, Evino | compre aqui.

Xavier Vignon Côtes du Rhône SM
O SM no nome vem de setentrional e meridional, pois é elaborado com syrah do norte do Rhône, na França, e com grenache do sul da região. O syrah de vinhas de sessenta anos passa por carvalho, e o grenache, de plantas de mais de oitenta anos, não fica em madeira. R$ 249,90, Evino | compre aqui.

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Yalumba Sanctum
Coonawarra é a melhor região da Austrália e uma das áreas do mundo onde a cabernet sauvignon alcança grande qualidade. Este é um exemplar onde a casta se expressa com toda sua tipicidade. Passa quatro meses em carvalho e é vegano. R$ 178,71, Wine | compre aqui.

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