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‘One Piece’: “É um mundo que nunca vimos antes”, afirmam showrunners

Série baseada no mangá de sucesso estreou na Netflix nesta quinta-feira (31); confira entrevista com Matt Owens e Steven Maeda

Por Barbara Demerov
Atualizado em 31 ago 2023, 13h48 - Publicado em 31 ago 2023, 13h47
'One Piece' estreia na Netflix.
'One Piece' estreia na Netflix. (Netflix/Divulgação)
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One Piece, série live action baseada no mangá campeão de vendas de Eiichiro Oda lançado em 1999, estreou na Netflix nesta quinta (31).

A aventura de piratas acompanha o personagem Luffy, jovem com o corpo elástico que sonha em criar sua própria tripulação e partir em uma aventura para se tornar o próximo Rei dos Piratas.

Antes de dar o play nos episódios (todos já estão disponíveis na plataforma), confira abaixo um bate-papo com os showrunners Matt Owens e Steven Maeda.

Qual é a relação de vocês com One Piece e como vocês se envolveram na adaptação para a série?

Matt Owens: One Piece saiu quando eu tinha 10 anos e estava começando a curtir mangás. Não sei por que, mas não curti muito a história quando era criança. Só fui tentar ler de novo aos vinte e poucos anos. Naquela época, eu estava muito deprimido, tentando encontrar alguma coisa para me isolar do mundo. Foi aí que eu mergulhei nos mangás e, com toda a sinceridade, One Piece salvou a minha vida. É uma história de pessoas que cuidam de pessoas, de seguir os nossos sonhos, das famílias que escolhemos… Tudo o que estava faltando na minha vida, e isso me tirou do momento sombrio que eu estava vivendo. Tenho muito carinho por esse mangá, e não só porque ele é tão incrível.

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Então, quando fiquei sabendo que a Tomorrow Studios tinha adquirido os direitos para adaptar One Piece, fiz de tudo para participar do projeto. Lembro que mandei emails para todos os meus agentes dizendo: “PRECISO DE UMA REUNIÃO SOBRE ISSO!”, assim mesmo, tudo em maiúsculas. Naquele momento, eu era um roteirista de médio escalão. Não sabia se teria chance, mas tinha que tentar de qualquer jeito. E foi exatamente isso que eu disse na primeira reunião com a Tomorrow Studios. Eu falei: “Não sei se esse projeto é possível, mas não posso ficar sentado olhando outra pessoa tentar. Não existe ninguém nesse setor que ame One Piece mais do que eu”. Sabia que seria difícil, mas, no início de 2018, eles me ligaram.

O mangá One Piece foi publicado pela primeira vez há mais de 25 anos e continua firme. Como essa história conquistou o público e conseguiu durar tanto tempo?

Maeda: Em primeiro lugar, é uma história muito original. É um mundo que nunca vimos antes. Qualquer pessoa que tem contato com ele pela primeira vez percebe como é diferente não só das outras histórias de piratas, mas de todas as outras coisas. A essência da história é olhar para as diferenças e superá-las de um jeito mais simples, tudo sob o ponto de vista do grande conciliador que é Monkey D. Luffy. Ele combina pessoas que não têm nada a ver uma com a outra e transforma em uma tripulação. É uma história sobre comunidade, família e pessoas que aprendem e contam uma com as outras para alcançar seus objetivos e desejos.

Oda está envolvido nessa adaptação, e os fãs ficaram felizes com isso. Como foi conhecê-lo e trabalhar com ele?

Owens: Não vou mentir, no começo ele foi bem difícil. Não era a primeira vez que alguém tentava adaptar One Piece em live action, e não éramos as primeiras pessoas a tentar contar essa história de um jeito diferente. Mas acho que, quando ele percebeu que tínhamos boas intenções – ou seja, tentar proteger a história e criar um jeito novo para que mais pessoas se apaixonassem por ela -, a confiança começou.

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Maeda: Do nosso lado, a única coisa que quisemos fazer foi pegar o senso de otimismo presente ao longo do mangá e tentar encontrar uma forma de deixar os personagens mais reais e orgânicos, mas sem que ficassem diferentes da forma como foram criados. O mais importante era garantir que os Chapéus de Palha tivessem as apresentações, o tempo de tela e as explicações certas de suas personalidades. Dito isso, qualquer mudança na série tinha que ser discutida muito intensamente com Oda e sua equipe, tipo algumas histórias que precisaram ser eliminadas. Mas o mais importante foi mantido.

Por que este é o momento ideal para contar essa história?

Owens: A resposta emocional é que esse é o tipo de história que precisa ser contada agora. Estamos vivendo uma época em que as pessoas se sentem muito sozinhas e isoladas, e uma história que fala sobre o poder da amizade poderia ser muito útil culturalmente nesse momento. Mas, sob a perspectiva do setor, muitas das séries épicas disponíveis no momento são sombrias demais, sem querer desrespeitar nenhuma porque adoro todas. Queríamos criar uma série com tanta mitologia, tradição e genialidade quanto esses sucessos, mas com um toque mais ensolarado e otimista. Queríamos estar no mesmo nível dessas séries, mas também ser um farol de luz.

Maeda: Estamos precisando de uma história sobre pessoas que se unem e trabalham juntas apesar das diferenças. É algo muito importante que nós, como sociedade, não estamos conseguindo na vida real.

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