Documentário ‘O Túnel de Pombos’ revela memórias de autor espião
Em entrevista, o escritor de histórias de espionagem John le Carré fala sobre o passado no serviço britânico de inteligência
✪✪✪ Se você gosta de histórias de espionagem, muito provavelmente já topou com uma obra criada por John le Carré, falecido no final de 2020. O Jardineiro Fiel, O Espião que Sabia Demais, O Alfaiate do Panamá e O Homem Mais Procurado são apenas alguns dos livros escritos pelo autor que ganharam adaptação para o cinema.
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Agora é a vez do próprio Carré estar diante das câmeras, numa entrevista ao diretor Errol Morris que virou o documentário O Túnel de Pombos, lançado recentemente pelo Apple TV+.
Sua história de vida é cinematográfica: abandonado pela mãe ainda criança, às voltas com um pai sempre envolvido em atividades ilegais, ele foi recrutado ainda jovem para fazer parte do serviço britânico de inteligência. Foi ali que aprendeu tudo sobre missões secretas, agentes infiltrados e traições, materiais que foram a base de sua carreira literária.
Durante a Guerra Fria, por exemplo, Carré se envolveu numa organização comunista universitária e fingiu ser um seguidor da ideologia, tudo para fornecer informações sobre os planos dos envolvidos para seus chefes. Num momento revelador do filme, ele se questiona se estava do lado certo da batalha.
Morris registra tudo com o mínimo de interferência, sabendo estar diante de alguém único, e ilustra cenas dos longas e séries inspirados nos livros do autor.
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de novembro de 2023, edição nº 2868