Figurinista de Cruella revela tempo curto para preparação antes do filme
Jenny Beavan conversa com a Vejinha sobre desafios dos bastidores; vencedora do Oscar, ela assina mais de quarenta looks na produção da Disney
Qual o maior desafio ao criar o figurino de Cruella?
Jenny Beavan – Além do fato de o filme ser essencialmente sobre moda, eu e minha equipe tivemos pouco tempo de preparação. Tudo foi feito no último minuto porque houve uma janela de oportunidade na agenda de Emma Stone. E isso significava que tínhamos apenas dezesseis semanas para preparar o figurino.
Nós organizamos os looks muito rápido (47 apenas para Cruella) em meio a diversas informações e personagens. Além disso, havia obviamente o fato de estarmos trabalhando com alguém que se tornaria o tipo de personagem interpretada por Glenn Close em 101 Dálmatas, de 1996.
Após trabalhar com figurinos clássicos em filmes como Casanova e Para Sempre Cinderela, você sentiu que saiu da zona de conforto com uma das vilãs mais famosas da cultura pop?
Nem tanto, porque eu vivi os anos 70 (período no qual Cruella se passa). E o que realmente me tirou da zona de conforto foi Mad Max: Estrada da Fúria (pelo qual ganhou o Oscar). Quer dizer, depois dele nada seria tão assustador. Quando você começa a trabalhar em um filme, passa a se lembrar de coisas de que se esqueceu completamente ao longo do tempo. Você é transportado de volta a um período ou local. E, além disso, meu papel como figurinista é apoiar a narrativa, contar a história por meio das roupas.
Como esta é uma história de origem, tudo que eu tinha de fazer era mostrar como Stella se transformou em Cruella, embora nunca a fizéssemos se parecer totalmente com Glenn Close. Mas o filme tinha de trazer a sensação de estar seguindo essa mesma direção. Portanto, não era um conceito totalmente estranho. Afinal, a história precisava ter o preto e o branco, os dálmatas… tudo já estava meio que prescrito.
Como foi trabalhar com Emma Stone em Cruella?
Foi gratificante vê-la com cada um dos looks. Ela é uma atriz incrível, dá tudo de si e se envolveu completamente com a personagem. Foi ótimo trabalhar com ela.
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Publicado em VEJA São Paulo de 02 de junho de 2021, edição nº 2740