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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Em série da Netflix, Elize Matsunaga ganha voz sobre crime que cometeu

Sentenciada a 19 anos de prisão por assassinar e esquartejar o marido em 2012, ela dá detalhes sobre sua motivação em série Era Uma Vez um Crime

Por Barbara Demerov
16 jul 2021, 06h00
Elize Matsunaga anda por uma floresta em foto de divulgação da série Era uma Vez um Crime
Elize Matsunaga fala pela primeira vez sobre o crime que cometeu em série da Netflix (Netflix/Divulgação)
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✪✪✪ Em 2012, Elize Matsunaga, hoje com 39 anos, chocou o país pelo crime que cometeu em sua própria casa: assassinou e esquartejou o então marido, Marcos Matsunaga, CEO da empresa Yoki. Quase dez anos depois, a Netflix e a produtora Boutique Filmes lançam uma série documental que narra diversos fatos, incluindo a vida pessoal do casal (fã de viagens e de caça) e as possíveis motivações do ato violento.

Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime, com quatro episódios, tem como principal intenção apresentar o lado da mulher, ainda que esse terreno seja extremamente complexo. Dirigida por Eliza Capai (Espero Tua (Re)Volta), a produção não fecha os olhos para o crime bárbaro e detalha os dois olhares sobre a mesma história com depoimentos diversos.

As famílias de Elize e Marcos têm a palavra e, com suas vivências sobre o ocorrido e também sobre a viúva (que sofreu abusos do padrasto), entregam mais camadas à narrativa, formando um conjunto de informações e dúvidas que torna todo o cenário ainda mais embaraçado.

Jornalistas que cobriram o caso, assim como advogados, delegados e um chamativo perito, completam o time de depoentes — mas, por bem ou por mal, são as palavras de Elize que mais ganham a atenção da montagem. Se por um lado a figura é capaz de ser humanizada devido ao espaço que a direção lhe dá (principalmente quando fala da filha, que está sendo criada pela família paterna e Elize não pode encontrar) e por afirmar ter vivido um casamento infeliz com traições, do outro é praticamente impossível deixar de lado os detalhes do assassinato.

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Era Uma Vez um Crime faz um bom trabalho ao expor o máximo de material sobre o caso, embora sem trazer novidades, para, então, deixar o julgamento final para o espectador (é possível compreender os motivos de alguém que foi condenado por um crime brutal?).

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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de julho de 2021, edição nº 2747

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