DNA conta a história de uma mãe francesa atrás de suas raízes argelinas
Dirigido e protagonizado por Maïwenn, o longa aborda crise de identidade da personagem após a perda de seu avô, tocando em temáticas delicadas
DNA, filme dirigido e protagonizado por Maïwenn, está em cartaz nos cinemas e narra uma delicada história sobre família e a vontade absoluta de respeitar o passado daqueles que dividem o mesmo sangue que o seu. Divorciada, Neige (Maïwenn) é uma mãe de três crianças que ama visitar seu avô, Emir (Omar Marwan), hoje residente de um asilo.
O querido parente não só ajudou na criação da mulher como também foi uma espécie de refúgio para as complexas relações familiares que ainda precisa enfrentar. Quando Neige perde o avô, cuja descendência é argelina, a necessidade de recuperar uma parte de sua origem toma conta da narrativa.
Assim como sua mãe e parentes, a protagonista é francesa e, a partir de uma crise de identidade instaurada pela falta física de Emir, a reflexão sobre raízes culturais se faz presente em discussões em grupo, em passagens contemplativas e na decisão de Neige de conhecer um pouco de seu passado.
Uma das grandes qualidades do filme é a sutileza da diretora e atriz em capturar os momentos de luto (pessoal e coletivo), ao mesmo tempo que não dá as costas para o humor. Essa combinação de tristeza com pequenas alegrias dá um tom extremamente humano a DNA. Ao lado de Maïwenn, atores como Louis Garrel e Fanny Ardant também ganham destaque.
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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de outubro de 2021, edição nº 2759