Quem é Alzira Ramos, nome por trás da franquia de bolos que fatura 300 milhões de reais
Aos 60 anos, a carioca vendeu seu primeiro bolo e criou marca que tem hoje mais de 300 unidades no Brasil

Quase vinte anos depois da primeira venda, a Fábrica de Bolo Vó Alzira fatura, atualmente, 300 milhões de reais por ano, produz 600 000 bolos por mês e conta com mais de 300 unidades pelo Brasil — oitenta delas só em São Paulo (entre capital e interior). E não para por aí: a rede continua em expansão e estima abrir mais vinte casas no estado ainda em 2025. O investimento para adquirir um endereço da franquia começa em 45 000 reais.
“Além de ser um mercado consumidor enorme, o público-alvo é bem alinhado ao nosso posicionamento da marca”, explica a carioca Alzira Ramos, 77, idealizadora da empresa, sobre o foco nos fregueses paulistas. Ao olhar para o público paulistano, a fundadora identificou um percentual maior de crescimento no delivery, principalmente relacionado aos hábitos dos moradores da cidade, além de uma grande procura por bolos recheados e de festa.
Por aqui, o bolo mais vendido é o de laranja, mas os clientes da capital participam até mesmo sugerindo novas receitas. “O nosso último lançamento foi um pedido de um cliente durante uma visita a São Paulo. Ele me mostrou a receita do bolo de maçã com castanhas e nós adotamos”, conta.

A história toda começou quando Alzira, aos 60 anos, teve a ideia de vender bolos para ajudar na renda da família. Oferecendo um aqui e outro ali, primeiro na mercearia de um amigo, em seguida na loja de pipoca do marido, percebeu, três meses depois, que o negócio estava crescendo. As vendas ultrapassavam 100 bolos por dia e era hora de expandir. “O principal desafio no começo foi lidar com a parte administrativa. Logo vi que tinha que me profissionalizar no varejo de alimentação. Isso requer muito aprendizado”, conta a boleira.
O ano era 2007, antes mesmo da onda ocorrida em 2012, em que casas de bolos caseiros se multiplicaram nas grandes cidades e ganharam espaço na hora do café. O guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER chegou a ter uma categoria especial para premiar essas guloseimas de massa caseira em 2013.
Nesse ano em que o setor parecia crescer mais rápido, Alzira chamou o filho Alexandre Martins (hoje presidente do conselho de administração do Grupo Z+, holding à frente do Grão Espresso e da Fábrica de Bolo Vó Alzira) para ajudar no negócio e partiu dele a ideia de transformar a empresa em franquia. Em 2015, a primeira loja fora do Rio de Janeiro foi inaugurada e, em 2018, a marca desembarcou em São Paulo.
Avó de dois netos e apaixonada pela família, a empresária relembra que a receita do bolo de iogurte foi escolhida no dia em que sua mãe faleceu, como forma de homenagem: “Foi o primeiro bolo que coloquei à venda, o início de toda essa história”. Hoje são mais de oitenta sabores no catálogo entre opções simples, recheadas, de festa e especiais, criadas conforme a época do ano.
A linha de Dia das Mães, por exemplo, aposta no sabor de leite Ninho com cobertura de geleia de morango (à venda até 30 de maio). Os preços variam conforme o tamanho e o tipo, mas começam em 21 reais, o simples pequeno, e 34 reais, o grande.

Para os próximos anos, a idealizadora da marca conta que o projeto é investir em tecnologia. Recentemente, a rede adotou estratégias para modernizar a produção, apostando no uso de inteligência artificial para evitar o desperdício de insumos. Criada por um funcionário com ajuda do ChatGPT, a ferramenta aprimorada é capaz de “prever” a quantidade de compras para cada loja utilizando dados sobre tempo e temperatura.

Mas qual o segredo para garantir a qualidade com tamanha expansão? “Existe um pré-preparo que o franqueado utiliza para a produção, criado por mim e meu marido, Cláudio Ramos. Um pacote rende doze bolos grandes ou 36 pequenos”, comenta.
A preocupação com o padrão veio desde o começo, e ela garante que essa mistura de farinha de trigo, açúcar, fermento e ovos — produzida em toneladas em uma fábrica no Espírito Santo — facilita que os itens sejam entregues no padrão desejado e finalizados em cada unidade. “Todo cliente tem que receber o bolo fofinho e cheio de sabor”, exatamente para lembrar aquele feito pela avó.
Publicado em VEJA São Paulo de 9 de maio de 2025, edição nº 2943.
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