Um passeio pela roça no Parque da Água Branca
Por Luiz Henrique Ligabue, pai de Maria Isabel, de 6 anos, Alice, de 4, e repórter de VEJA SÃO PAULO Sábado ou domingo de manhã, a cama está incrivelmente confortável, e você é resgatado das profundezas abissais por aquele agudo — e de certa forma aterrador — ”Ma-nhê… pa-paaai, tá de dia?”. Como uma resposta totalmente sincera […]

Por Luiz Henrique Ligabue,
pai de Maria Isabel, de 6 anos, Alice, de 4,
e repórter de VEJA SÃO PAULO
Sábado ou domingo de manhã, a cama está incrivelmente confortável, e você é resgatado das profundezas abissais por aquele agudo — e de certa forma aterrador — ”Ma-nhê… pa-paaai, tá de dia?”. Como uma resposta totalmente sincera — NÃO, é de madrugada ! — não vai colar nem um pouco, o melhor remédio é adotar uma atitude enérgica. Salte da cama, caia dentro da bermuda, vista qualquer camiseta e calce as havaianas. No pequeno madrugador, coloque o uniforme de “combate” (vestidos não são recomendados, com se verá mais à frente). Pegue uma sacola e leve dinheiro em espécie, aquela coisa em desuso na cidade. Pronto, agora é só seguir para o Parque da Água Branca.

Lago da entrada do parque: clima de fazenda pertinho do centro da cidade
Há vagas gratuitas no estacionamento do local, mas a fila costuma se estender, tanto no estacionamento da Rua Ministro de Godoy, como no da Rua Dona Ana Pimentel, a chamada portaria dos “fundos”, se é que parque tem fundo. Ela é a mais próxima do “alvo” do dia, a feirinha orgânica. Basta subir o caminho à direita de quem entra, que logo você vai encontrar o pipoqueiro, as mesas, o galpão da feira e a barraca de café da manhã. Bolos, sucos, pizzas, sanduíches, café com leite, pães, tudo com aquela filosofia integral, orgânica, sustentável. Aqui a dica é ir acompanhado.

Produtos à venda na feira orgânica: colhidos no dia anterior
Enquanto as crianças podem ficar se esbaldando no café com um dos adultos, o outro pode correr para garantir alfaces, batatas yacon, cambuquiras, taiobas e congêneres. Alguns destaques da roça: bananas do seu Antônio, soja em fava do seu Kazu e da dona Júlia, os ovos azuis, bardana, e as mudas e ervas da Sabor de Fazenda. Natureba que é natureba madruga, mas sobra bastante coisa para a turma das 9 horas. As crianças, que a esta altura já encheram a pança, adoram correr no meio da confusão e ajudam a escolher o que há de bom (obviamente com uma certa supervisão).
Quando a sacola estiver cheia, é hora de seguir para os programas do parque. O parquinho de diversão é uma viagem no tempo. Cama pula-pula, mini roda-gigante, xícara maluca e outros quatro ou cinco brinquedos que parecem saídos de um filme de Super-8 fazem bastante sucesso com a criançada. Sabe aquele vestido que a sua filha faz questão de usar? Vai dificultar uma das atrações mais disputadas, o escorregador inflável.

Um dos parquinhos: ares de antigamente
A poucos passos da feirinha há também a Casa do Caboclo, feita em taipa, com fogão a lenha e “varanda” com vista para o lago. Seresteiros vestidos a caráter travam disputas e parcerias em viola caipira, enquanto os frequentadores do parque tomam um dedinho de café de coador.
No Parque da Água Branca ainda é possível ir ao aquário, passear pelas alamedas arborizadas, brincar nos diversos parquinhos, dar ramagem de cenoura para os cavalos e correr atrás das galinhas, gatos e pavões. Só não vale ter pressa para terminar logo o programa, afinal estamos no ritmo do interior. O melhor de tudo: você garante a geladeira cheia de verduras até o próximo sábado, e se livra do insípido supermercado da semana.