Quais serão as novidades no teatro infantil em 2020
Convidamos os dramaturgos Marcelo Romagnoli e Carla Candiotto para conversar sobre o assunto

O dramaturgo Marcelo Romagnoli escreve e dirige os espetáculos da Banda Mirim desde 2004. O grupo completou quinze anos em 2019, com nove espetáculos na bagagem. Romagnoli contou quais são os próximos planos na agenda.
Vejinha: Como a Banda surgiu?
Romagnoli: Totalmente por acaso. O plano inicial era se reunir para Felizardo, mas a relação se fortaleceu com o tempo e pegou todo mundo de surpresa.
Vejinha: Tem algum espetáculo favorito?
Romagnoli: Buda é um marco na história da Banda. Demonstra a maturidade técnica do grupo, e crescemos muito com ele.
Vejinha: A forma de fazer teatro infantil mudou?
Romagnoli: O pensamento do teatro para criança evoluiu muito. Agora já não o vemos mais como um teatro “menor” ou mais fácil de fazer. E também evoluímos muito em qualidade técnica.
Vejinha: O que esperar neste ano da companhia?
Romagnoli: Estaremos envolvidos em um processo de pesquisa para uma nova peça, que vai estrear em 2021. O tema será educação. Faremos algumas ações em escolas.

Criadora, atriz e diretora, Carla Candiotto estreou quatro espetáculos em 2019: Aladdin — O Musical, Casa de Brinquedos, Robin Hood e Clássicos em Movimento. Ela comanda a Cia. Le Plat du Jour com Alexandra Golik e, em 25 anos de carreira, dirigiu mais de vinte peças. Carla conversou com a Vejinha sobre sua trajetória.
Vejinha: Como você começou no teatro infantil?
Candiotto: Aos 20 anos fui morar em Londres e lá estudei uma técnica chamada teatro físico, em que as ações importam mais do que o texto. Fiz diversas peças em francês para alunos ingleses. Em Paris, conheci a Alexandra e fundamos a Le Plat du Jour. Quando voltei para o Brasil, em 2001, estreamos Chapeuzinho Vermelho.
Vejinha: A forma de fazer teatro infantil mudou?
Candiotto: Acho que agora a gente fala sobre assuntos de que não se falava antes, como suicídio, por exemplo. E temos feito isso de um jeito inteligente. O que é muito positivo, porque a verdade é sempre bem-vinda.
Vejinha: Tem algum espetáculo favorito?
Candiotto: Isso é impossível. É como escolher entre filhos, não dá.
Vejinha: Você optou por não usar as músicas da Disney em Aladdin. Como o público reagiu?
Candiotto: Ouvi algumas reclamações, mas no geral a recepção foi boa. É algo que nem passou pela minha cabeça, porque não devo nada à Disney. Eu quis ir direto à fonte da história.
Vejinha: Quais são os planos para 2020?
Candiotto: Aladdin — O Musical volta ao cartaz, assim como Canção dos Direitos da Criança e Robin Hood. Estou adaptando um livro chamado Momo e o Senhor do Tempo (1973), de Michael Ende. A peça deve estrear no primeiro semestre do ano.