- Tenda localizada no estacionamento do Shopping Eldorado
- Quinta e sexta, 20h; sábado e domingo, 14h às 18h
- De R$ 40,00 a R$ 120,00
- Até 4 de agosto
Como é o espetáculo infantil com dragões que voam
Assisti 'Dinos e Dragões' e vim te contar como é a montagem que usa bonecos articulados, óculos 3D e projeções

Eu nunca fui muito fã de dinossauros, devo dizer. Os cinco filmes da franquia Jurassic Park, lançados desde 1993, passaram despercebidos para mim. O mais perto que cheguei dos gigantes, na verdade, foi com o seriado infantil Família Dinossauro, que desembarcou no Brasil na Rede Globo em 1992 e foi reprisado mais tarde pela Rede Bandeirantes, em 2007. Não acho que a experiência conte.
Dragões, por sua vez, foram uma presença mais constante. Os animais mágicos fizeram participações importantes em nomes como Harry Potter, Malévola e, claro, Como Treinar o seu Dragão. O ponto é: de uma forma ou de outra, se você fez parte de alguma das gerações de crianças criadas entre os anos 90 e os dias atuais, pelo menos uma das das espécies provavelmente te chamou a atenção em algum momento. Agora, o que aconteceria se os dois universos se encontrassem? Será que eles seriam amigos? O espetáculo Dinos e Dragões, em temporada no Shopping Eldorado, aposta que não.
Na trama, Argônia é uma cidade que tirou a “sorte grande”: por lá, há dragões e dinossauros selvagens. Quem não gosta muito dessa inconveniência é a Rainha (Déo Patrício), que logo ordena que seu exército capture os animais e prenda os cavaleiros de dragões. Sim, você não leu errado – na terra mágica existem duas espécies de dragões: selvagens e domésticos. Os últimos podem ser adestrados por um cavaleiro experiente e se tornam fiéis companheiros de guerra. Há duas maneiras de se tornar um cavaleiro: encontrar um ovo de dragão e cuidar do filhote por toda sua vida ou nascer com uma marca na palma da mão.

A rainha quase obteve sucesso em seu plano. Conseguiu prender todos os cavaleiros de dragões, menos um: Diedro (Julio Oliveira). E é claro que esse rapaz fará tudo que está a seu alcance para libertar os companheiros. Para tanto, ele precisará da ajuda de Maryá (Thalyta Medeiros), uma jovem garota que encontra pelo caminho. Ela sonha com a possibilidade de um dia se tornar uma cavaleira – profissão que até então só poderia ser seguida por meninos. A menina logo se revela uma sabe-tudo e é usada como fonte inesgotável de curiosidades sobre dinossauros e dragões.
Em todos os textos que li antes de ir ao espetáculo, foi prometido que os dragões “voariam” sobre a plateia. Eu não sei como esperava que isso acontecesse – talvez alguma estratégia com fios de aço, ou mesmo hologramas – mas com certeza não da forma como é feito no show. O que temos ali, na verdade, é uma tela com tecnologia 3D, semelhante às usadas exaustivamente em cinemas. Em alguns momentos, as projeções fazem movimentos que dão a impressão de avançar sobre o público. É isso. O artificio ao menos encanta as crianças menores, que tentam pegar os animais com as mãos.
Aliás, a tela tem mais dois problemas. Primeiro, ela é usada 100% do tempo como único cenário da peça. Dá para entender a adoção da estratégia quando se considera o trânsito constante de bonecos articulados no palco, que dificultariam as trocas de cenário. Mas o resultado fica um pouco tosco. Segundo, é necessário tirar e colocar os óculos 3D constantemente durante o espetáculo, em momentos coordenados pelo elenco – o que é um pouco irritante.

No mais, os efeitos visuais são surpreendentes. O mesmo não pode ser dito dos bonecos articulados – eles são pequenos demais e o elenco sabe disso. São usados artifícios de roteiro para justificar a falha, com os personagens explicando que esses seriam dinossauros e dragões filhotes. Como resultado, os animais não convencem parte da plateia mirim.