Dicas para quem vai começar a levar os pequenos de carona na bike
Nunca vou me esquecer da primeira vez que levei a Dália para dar um rolê de bike. Ela tinha dez meses, estávamos na casa de praia e uma bicicleta daquelas meio judiadas pela maresia estava dando sopa num canto. Meio com medo do estado geral da bike, coloquei minha filha na cadeirinha e empurrei a […]
Nunca vou me esquecer da primeira vez que levei a Dália para dar um rolê de bike. Ela tinha dez meses, estávamos na casa de praia e uma bicicleta daquelas meio judiadas pela maresia estava dando sopa num canto. Meio com medo do estado geral da bike, coloquei minha filha na cadeirinha e empurrei a pé um pouquinho. Ela vibrou. Depois, não resisti, subi e comecei a pedalar de leve. Foi uma delícia.
Algum tempo depois fui atrás de uma bicicleta pensando, acima de tudo, em poder levar minha filha até os parques e pracinhas perto de casa e também para passearmos na então recém-inaugurada ciclofaixa. Pesquisei muito antes de escolher o modelo ideal e o tipo de cadeirinha que usaria e, de lá pra cá, a prática me mostrou outros macetes importantes para quem leva um pequeno caronista.
Resolvi reunir essas informações em uma lista para ajudar pais que estejam neste momento de começar a levar o filho junto nas pedaladas. Para melhorar o conteúdo, também tirei dúvidas com quem definitivamente entende do assunto: Willian Cruz, cicloativista e responsável pelo site mais bacana de dicas práticas de bike que conheço, o Vá de Bike (https://vadebike.org/).
Escolha a bike certa
Nem sempre aquele modelo incrível que você tem em mente ou sua mountain bike que está encostada na garagem vão comportar bem uma cadeirinha. Os modelos frontais, ideais para bebês e crianças até três anos, geralmente fixam bem em bikes de passeio que são robustas e têm espaço suficiente entre o banco e o guidão. Já alguns modelos de cadeirinha traseira exigem que a bicicleta tenha bagageiro. De qualquer forma, você vai precisar testar cada bike (se ainda não tem uma) com modelo de cadeirinha para ver se dá certo. Se você já tem uma magrela, vá com ela na loja para escolher uma cadeirinha que se adeque e evite surpresas.
Avalie as opções de cadeirinha
Escolhi uma dianteira porque minha filha tinha menos de dois anos na época e queria ficar de olho nela durante o passeio. Outra vantagem de levar a criança na frente é que você consegue ir batendo papo durante o trajeto. Para evitar acidentes, combinei que ela não poderia de jeito nenhum mexer no guidão (para não ter risco de virar a bike por conta própria), mas arrumei uma buzina para ela se divertir a cada ultrapassagem.
O William deu um conselho para quem está procurando este equipamento agora: “Prefira um modelo resistente e robusto, que segure bem o corpo da criança. Há cadeirinhas que não apoiam muito bem as costas, dependendo de que a criança segure em um apoio o tempo todo. Essas não são recomendadas. É importante também que haja um cinto de segurança que a prenda bem, de preferência passando sobre os ombros, além da cintura”, disse ele.
Outro ponto levantado por ele: as cadeirinhas frontais geralmente suportam até 15kg (o fabricante deve indicar a limitação), mas, assim que a criança tiver firmeza, já pode ser passada para o modelo de trás, menos incômodo para o ciclista.
Tenha consciência das limitações
Levar o filho na bike significa, obviamente, carregar um sobrepeso que pode ser considerável. Se você não está com a pedalada em dia, avalie se o trajeto escolhido tem muitas inclinações ou se é muito longo. Também fuja das passarelas de acesso e saída da ciclovia da Marginal Pinheiros que exigem que você desmonte e carregue a bike em uma espécie de canaleta.
Além de planejar, é bom saber que a cadeirinha de modo geral desestabiliza a bike e o modelo dianteiro, inclusive, limita bastante a mobilidade em curvas e manobras. “Você deve tomar mais cuidado com buracos, que podem desequilibrá-la, e não deve subir e descer guias, por exemplo”, alerta Willian.
Dicas finais para tudo correr bem
-Evite os horários de muito sol
– Leve sempre uma garrafa de água, de preferência gelada em embalagem térmica
– Comece com calma: primeiro trajetos curtinhos, para a criança ir se acostumando
– Nunca leve a criança com sono: o efeito da bike é o mesmo de passear de carrinho para uma criança que está sonada (já aconteceu da Dália dormir e, juro, não recomendo pra ninguém)
– Associe o rolê de bike a outra coisa que a criança adora, como ir no balanço de um parque ou tomar sorvete. O passeio vai ficar ainda mais gostoso.
– Ao contrário do que muita gente pensa, o uso de capacete não é obrigatório. Mas quando se trata de crianças ele é muito recomendável: “em caso de queda, a criança não conseguirá se proteger com as mãos como um adulto faria, e a chance de bater a cabeça é grande”, explica Willian.
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