De patins e skate por aí
Por Marcelo Ventura, pai de Gabriela, de 7 anos, e editor executivo de VEJA SÃO PAULO Há tempos minha filha me pedia um par de patins. Cedi e comprei. Nunca subi em patins ou skate na vida. Quando eu era moleque, meu negócio era andar de bicicleta – e na rua. Enfim, esse metido a professor fez […]

Por Marcelo Ventura,
pai de Gabriela, de 7 anos,
e editor executivo de VEJA SÃO PAULO
Há tempos minha filha me pedia um par de patins. Cedi e comprei. Nunca subi em patins ou skate na vida. Quando eu era moleque, meu negócio era andar de bicicleta – e na rua. Enfim, esse metido a professor fez de conta que sabia alguma coisa e conseguiu transmitir certa segurança para a menina. Fomos ao Parque Villa-Lobos e começamos a treinar. Lá há uma pista em círculo de 1 quilômetro, com pavimentação de concreto bem lisa, onde patinadores e skatistas se esbaldam. Numa dessas tardes, um rapaz se ofereceu para ensinar a Gabi (são instrutores informais, feras sobre rodinhas, que cobram em média 40 reais por três horas de aula). Não precisou. A empenhada Gabi aprendeu em apenas quatro dias.

Gabriela no Parque Villa-Lobos: quatro dias para aprender a patinar
Mas bastou ela começar a deslizar sozinha para me vir com essa: “Papai, agora você precisa comprar patins para andar comigo”.
Resisti o quanto pude, até que um dia entramos numa grande loja de esportes e fui experimentar um. Não parei em pé. “É melhor o senhor se sentar no banco”, disse a vendedora, quase em pânico. Mico para mim, frustração para a Gabi. Mas ela não desistiu: “Então vamos tentar skate, papai”.
Entramos uma loja especializada. Um menino-vendedor com mais de 2 metros de altura, magricela e apelido “Pequeno” me atendeu. Explicou tudo sobre skate (diferenças de pranchas, rodinhas, velocidade…). E me deu a melhor dica de todas: “Está vendo os parafusos que aparecem em cima da prancha? Pise com um pé neles e dê impulso com o outro”. Saí deslizando na loja mesmo. Levei o skate (com todo o equipamento de segurança, óbvio) e a Gabi ficou empolgadíssima.
No dia seguinte cedo estávamos de volta ao Villa-Lobos – e lá ficamos nos divertindo por três horas. E voltamos outras vezes. O parque tem patinadores e skatistas de todas as idades, iniciantes e experts. É preciso até ter cuidado para não ser atropelado pelos mais radicais nos fins de semana (para evitar a muvuca nesses dias, chegue bem cedo, por volta das 8 horas). Alguns deles fazem manobras, desviam de cones espalhados pelo chão, saltam…
Eu e a Gabi não. Vamos tranquilos, devagar, um ao lado do outro. Com suor escorrendo na testa e sorrisos nos rostos.
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