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“Nossas escolas não estão preparadas para discutir a homossexualidade”

Por Bruna Ribeiro,  repórter de VEJA SÃO PAULO A polêmica em torno da nomeação do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e as declarações da cantora Daniela Mercury sobre seu relacionamento com a jornalista Malu Verçosa colocaram o tema da diversidade sexual em evidência.  Na maior parte das […]

Por VEJASP
Atualizado em 27 fev 2017, 11h06 - Publicado em 9 abr 2013, 18h04
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Por Bruna Ribeiro, 
repórter de VEJA SÃO PAULO

A polêmica em torno da nomeação do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e as declarações da cantora Daniela Mercury sobre seu relacionamento com a jornalista Malu Verçosa colocaram o tema da diversidade sexual em evidência.  Na maior parte das escolas da capital, o assunto ainda representa um tabu, segundo o educador Ruy Cezar do Espírito Santo, professor do curso de pedagogia da PUC-SP. Ele foi convidado para falar sobre a questão  em palestra no Congresso e Feira de Educação – Saber, no Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, de 19 a 21 de setembro.

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(Foto: ThinkStock)

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A seguir, os principais trechos da entrevista:

As escolas paulistanas sabem lidar com a questão da diversidade sexual?
A educação sexual, infelizmente, pouco avançou por aqui. Se há um tabu para tratar da sexualidade, que dirá da homossexualidade?

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Os episódios recentes envolvendo Marco Feliciano e Daniela Mercury deveriam ser discutidos dentro da sala de aula?
Se o assunto surgir, deve ser tratado de forma natural. Isso tem que ser aproveitado para se iniciar um debate e aprofundar o tema.  Fica difícil falar de homossexualidade se a criança ainda não despertou nem para a sexualidade. Certa vez, ao se deparar com uma revista Playboy nas mãos de um garoto, a minha aluna aproveitou o momento e o rebuliço na sala para dar uma aula sobre sexualidade e cultura. Por isso, antes de tudo, é preciso preparar os professores. O problema é que, em geral, eles também não querem falar sobre o assunto, porque isso ainda é difícil.

Na sua opinião, qual a idade ideal para se abordar esse tema com os jovens?
A temática da sexualidade deve se fazer presente a partir do início da adolescência, quando a questão seguramente os atingirá.

Segundo uma pesquisa da Unesco de 2004, quase 40% dos meninos entrevistados não gostariam de ter um colega de classe homossexual. O que o senhor acha desse tipo de resultado? A escola deveria ser um espaço para se combater a homofobia?
A homofobia deverá ser tratada na sequência da conscientização a respeito da sexualidade. Enquanto não chegarmos a esse estágio, a questão da homofobia permanecerá intocável nas sala de aula, o que vai, sim,  gerar um possível bullying do aluno que tiver tal perfil.

Os pais podem ajudar os colégios a lidar melhor com o tema? De que forma?
Os pais conscientes do problema podem e devem ajudar as escolas a caminharem na direção da conscientização da temática da sexualidade. Ocorre que a maioria dos pais estudaram em lugares onde o tema nunca foi tratado. Ao enfrentar o assunto, a maior parte das escolas costuma simplesmente chamar um médico para falar do uso de camisinha, para evitar doenças e gerar filhos não desejados ou ainda de  aborto, quando na verdade o professor é que deve enfrentar a temática.

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