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Às quartas-feiras, Xan Ravelli, musicoterapeuta, especialista em comportamento e inteligência emocional, comunicadora, apresentadora de TV e empreendedora vai dividir com os leitores sua bagagem multifacetada, com reflexões sobre o amor e as relações na pós-contemporaneidade

Amor que deixa crescer

Passamos anos cuidando de uma criança doce, afetuosa, grudenta e, de repente, ela se torna alguém completamente diferente

Por Xan Ravelli
26 nov 2025, 13h35
Como amar nossos adolescentes
Como amar nossos adolescentes (IA Whisk labs/Reprodução)
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Amar adolescentes é um exercício radical de humildade. Passamos anos cuidando de uma criança doce, afetuosa, grudenta e, de repente, ela se torna alguém completamente diferente. E, neste texto, você não vai me ver tratando isso como algo negativo: crescer é lindo.

Na melhor das hipóteses, essa pessoa está se tornando quem nasceu para ser. Alguém que tem voz, opinião, desejo, coragem… e, muitas vezes, feridas que se abrem justamente porque estão tentando existir – na escola, no ambiente digital, no pertencimento à própria família – e a entender como a sociedade funciona e se organiza.

Esse momento não deveria ser lido como ameaça, mas como alegria profunda. É o sinal mais bonito de que a vida está se formando ali, diante de nós. Mas, o que escuto, com frequência, de mães, pais e cuidadores é um discurso de frustração porque, no fundo, estávamos mirando numa expectativa, não numa pessoa real.

A autora Elisama Santos diz que “amar é aceitar que o outro não vive para cumprir nossas projeções”. E é exatamente na adolescência que essa frase se materializa. É quando a maternidade e a paternidade nos convidam a abandonar o controle e escolher o vínculo. É quando precisamos aprender que eles não são nossos espelhos, são nossos encontros.

O empresário Facundo Guerra disse algo que me acompanha desde que minha primeira filha chegou: “Que nossa função como mães e pais é proteger nossos filhos do mundo, deles mesmos… e, no caminho, criar pequenos traumas. Não por maldade, mas porque amar também é imperfeito”. Aceitar isso liberta.

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Adolescentes merecem ser amados enquanto se tornam quem são, mesmo quando esse “quem são” escapa completamente do que imaginamos. É tão fácil cantar Galinha Pintadinha com entusiasmo para um bebê… mas por que é tão difícil demonstrar a mesma empolgação quando um adolescente quer mostrar uma nova dancinha do TikTok, um vídeo, uma música, um interesse específico?

Eles merecem ouvir: Vai. Se constrói. Eu estou aqui”. Porque não existe nada mais transformador para um jovem do que um adulto que diz: “Eu te amo. Eu vejo você. Não o que eu queria que você fosse”.

Cabe a nós, adultos, ocupar um tempo para nos aproximarmos, mesmo dos adolescentes mais isolados. Mandar uma mensagem de afeto no WhatsApp, do nada: “Filha, só queria dizer que tenho muito amor por você e estou amando te ver crescer.”

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Demonstrar interesse sem julgamento pelas músicas, pelas roupas, pelos amigos, pelos vídeos. O afeto rompe barreiras. Abre portas. Transforma mesmo aqueles que agora estão por aí fazendo as maiores besteiras. Então insista. Não pare até que a casca se rompa.

A verdade é que amar adolescentes é um curso avançado em lidar com frustrações. Mas também é uma das formas mais lindas de testemunhar coragem: a coragem deles de existir, e a nossa de permitir, entendendo que, com o passar dos anos, o nosso lugar é cada vez mais o da arquibancada, na torcida gritando: 

“Vai pra lá! Vira! Não, não, por aí não”. 

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Quem está em campo jogando são eles. Mas eu, como boa corinthiana que sou, afirmo com toda verdade do meu coração: torcida ganha jogo! Então não subestime a importância do seu olhar afetuoso, mesmo quando seu adolescente finge que não está nem aí.

E quanta beleza há nesse processo de abrir espaço para que o outro cresça… e continuar amando enquanto ele cresce.

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