Buddenbrooks
Adaptação do primeiro romance do escritor alemão Thomas Mann, Buddenbrooks conta a história de uma família de comerciantes do norte da Alemanha. Thomas, Christian e a “princesa” Tony são os filhos do cônsul Jean, que dirige a empresa dos Buddenbrooks ciente de suas responsabilidades para com seus ascendentes – postura que exige também dos filhos. O […]
Adaptação do primeiro romance do escritor alemão Thomas Mann, Buddenbrooks conta a história de uma família de comerciantes do norte da Alemanha. Thomas, Christian e a “princesa” Tony são os filhos do cônsul Jean, que dirige a empresa dos Buddenbrooks ciente de suas responsabilidades para com seus ascendentes – postura que exige também dos filhos. O diretor Heinrich Breloer transpôs o livro para o cinema e ontem, quarta-feira, assisti o resultado na sala de cinema do Matilha Cultural com mais 27 pessoas.
Uma delas era João Paulo Almeida, pianista. No começo da sessão ele comentava com os vizinhos de poltrona que havia lido diversos livros do escritor alemão e ficou com muita vontade de ver o filme quando soube que ele passaria. No final, quando conversamos, ele listou para mim: já leu José e Seus Irmãos, A Montanha Mágica, Os Buddenbrooks e As Confissões de Felix Krull. “Thomas Mann é um grande escritor. A Montanha Mágica é um clássico, é um dos poucos livros que as pessoas podem ler duas vezes”, disse. Ele achou que o filme foi uma boa adaptação do livro; está acompanhando a Mostra, mas vê apenas um ou dois filmes por dia: “Preciso ir pra casa fazer música”.
A Zoé Marsiglio também já tinha lido o livro que deu origem ao filme (além de Morte em Veneza e A Montanha Mágica, de Mann), e achou o mesmo: a transposição foi bem feita. Claro que cortaram bastante, ela diz, porque o livro é desse tamanho. Ela leu a obra em 1990 e adorou; uma cena que a impressionou na época, e que aparece no filme, é a do senador diabético que é encontrado morto com comida em volta de si. “Gostei demais. É difícil encontrar um filme que equilibre com o livro, e esse conseguiu”, ela diz.
O Marcelo Maccaferri, escritor e poeta, era um dos poucos mais jovens da sala e não gostou do que viu. “Achei todas as cenas muito clichês”, ele comentou depois comigo, no ambiente externo do Matilha Cultural, ao lado do café. Eu tinha ido conversar com ele justamente por ter ouvido alguns sussurros durante a sessão: “Isso é muito ruim” e “Isso é muito clichê” foram dois desabafos que, na poltrona ao lado, escutei. Ele tinha ido ao filme sem saber do que se tratava, e se decepcionou. Também leu o livro, e achou que não tinha nada a ver com o filme. “A cena que eu achei mais interessante foi a da extração do dente”, ele disse, rindo, a respeito de um momento importante para os acontecimentos finais da trama.
A última sessão de Buddenbrooks é dia 31/10, às 21h30, no Cinemark Cidade Jardim.
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