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Bob Fonseca - Cerveja na Mesa

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Bar dentro de universidade vende boas cervejas a preços mais baratos

Mostre-me um estudante que nunca deu uma passada no bar ao lado da faculdade ou universidade e eu lhe mostrarei uma pessoa que pode até ter recebido o diploma, mas não teve uma experiência educacional completa. A cerveja antes, durante ou depois da aula é uma parte tão importante da vida acadêmica quanto a troca […]

Por VEJA SP
Atualizado em 26 fev 2017, 20h58 - Publicado em 12 set 2014, 21h04
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O Muddy Charles tem seis torneiras de chope, boa seleção de garrafas e preços bem mais baixos que outros bares

Mostre-me um estudante que nunca deu uma passada no bar ao lado da faculdade ou universidade e eu lhe mostrarei uma pessoa que pode até ter recebido o diploma, mas não teve uma experiência educacional completa. A cerveja antes, durante ou depois da aula é uma parte tão importante da vida acadêmica quanto a troca de ideias e experiências envolvida no ato de tomá-la. No Brasil, há sempre um bar estrategicamente próximo dessas instituições de ensino, já que elas, em geral, têm políticas restritivas sobre o consumo de álcool em suas dependências.

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Qual não foi a minha surpresa, munido apenas da experiência tupiniquim, ao entrar no Massachussetts Institute of Technology, ou MIT, que sem exageros pode ser considerado lar de grande parte da capacidade pensante do planeta. Em um dos prédios do instituto, diante do rio que separa as cidades de Cambridge e Boston, está o Muddy Charles, um bar. Isso mesmo, um local que serve cervejas e vinhos para os estudantes e professores desde 1968, quando foi criado.

O Muddy Charles tem uma concessão do MIT para funcionar no local, e apenas alunos do instituto e seus acompanhantes podem entrar. A razão é simples: oferecer preços acessíveis aos estudantes. Sem ter de pagar altos valores de aluguel, o bar consegue servir cervejas a preços consideravelmente mais baixos. Em Cambridge, gasta-se, em média, de US$ 6 a US$ 7 por pint de cerveja artesanal. No Muddy, os valores por um volume similar ficam entre US$ 2,50 e US$ 3. São seis torneiras (três apenas para sazonais), das quais jorram desde rótulos nada chamativos, como a Miller High Life, até receitas bem interessantes, como a Peak Organic IPA, a Clown Shoes Galactica, uma Imperial IPA. Há, na geladeira, outros rótulos em garrafa, como a linha canadense Unibroue, que há anos deixou de ser importada para o Brasil.

O ambiente mantém um certo ar de improviso similar ao dos dormitórios estudantis. Mesas e cadeiras de madeira um pouco gastas, copos de plástico e nada de comida além de uns poucos salgadinhos – você pode pedir uma pizza pelo telefone se quiser algo mais para acompanhar a cerveja. Nos últimos dias, a parede de um dos ambientes apresentava várias marcas de tinta em cores similares – vim a entender depois que era uma “eleição” para definir quais tonalidades deveriam ser usada para remodelar o bar. O fato de estar instalado em um prédio antigo, porém, tem suas vantagens, como a presença de uma lareira, que deve se tornar bastante cobiçada no inverno.

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Nas mesas, é comum ver não só alunos, mas professores de diferentes áreas conversando e trocando ideias. Os donos e um grupo de frequentadores do bar estão reunindo material para um livro sobre a história do Muddy Charles, que já foi citado em aulas e artigos científicos. Segundo eles, é incontável a quantidade de ideias e start ups de empresas de tecnologia surgidas entre um e outro gole de cerveja ali. Da próxima vez que baixar um aplicativo de celular, é provável que você tenha de agradecer ao Muddy Charles por irrigar as ideias de alguém que possa tê-lo criado.

“Além do Muddy Charles, o MIT também tem em suas dependências outro pub, o The Thirsty Ear, originado nos anos 80. Ele também tem torneiras de chope e cervejas em garrafa, com preços entre US$ 2 e US$ 4,50.”

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