Reencantar
A redatora-chefe, Alice Granato, escreve sobre conversa com a cantora e compositora cabo-verdiana Mayra Andrade, entre outros destaques da edição
Não consigo imaginar nenhuma data mais importante hoje para o Brasil que o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, feriado em todo o país. A luta antirracista é diária e precisa estar, intrinsecamente, em casa, nas escolas, nas instituições, na política, na arte. Ninguém pode mais suportar nenhuma forma de racismo, e é no combate cotidiano e no permanente estado de alerta que isso vai mudando.
Ainda levará muito tempo para sentirmos as transformações efetivas, apesar dos muitos avanços comemorados nesta edição. Posso dizer que me emocionei em vários momentos elaborando as pautas e editando as reportagens. A começar pela capa, com a cantora e compositora Mayra Andrade, cabo-verdiana como Cesária Évora (1941-2011).
Duas mulheres que nos tocam profundamente com seu canto. A voz de Mayra é de uma beleza exuberante, assim como ela, que foi fotografada em Lisboa, onde vive, pelo grande Daryan Dornelles, autor do livro Retratos Sonoros — um apaixonado por música, que parece extrair sons de suas fotos, pela profundidade dos retratos. O texto de Tomás Novaes nos leva a embarcar pelos caminhos que Mayra percorreu e percorre. Pois ela chega a São Paulo, na sua turnê ReEncanto, com shows lotados.
Nas Amarelinhas, a paulistana Ynaê Lopes dos Santos, bacharel, mestre e doutora pela USP, especialista em história da escravidão no Brasil, enfatiza a importância da data e discorre sobre temas cruciais do momento. Ela comemora os avanços e a posse da primeira mulher negra na Academia Brasileira de Letras, a escritora Ana Maria Gonçalves. “Agora quero ver a Conceição Evaristo também eleita”, afirma, em entrevista a Melina Dalboni.
Seguimos com uma matéria belíssima de Ana Mércia Brandão sobre a abertura da exposição do artista plástico Emanoel Araujo, fundador do Museu Afro Brasil. Ele completaria 85 anos neste sábado (15), e em sua homenagem também dedicamos a coluna Mural SP.
Força para lutar e reencantar. Boa leitura!
Publicado em VEJA São Paulo de 14 de novembro de 2025, edição nº 2970
Caso Ângela Diniz: o que aconteceu com Doca Street depois de matar namorada?
O sabor lapidado pelo tempo, pela técnica e pelo cuidado
Quem foi Ângela Diniz e por que sua história atrai tanta atenção?
Confira o setlist completo dos shows do Oasis em São Paulo
Parque Villa-Lobos recebe evento de preparação para a COP30





