Carta ao leitor: Deixa decantar
Redatora-chefe Alice Granato fala sobre o novo filme de Guel Arraes e sobre a entrevista com o sommelier Manoel Beato
Depois de cinco anos envolvido no maior projeto de sua trajetória profissional, que já soma cinco décadas, o diretor Guel Arraes, 70, lança nesta semana o filme Grande Sertão, uma adaptação da obra-prima de Guimarães Rosa, com roteiro seu e de Jorge Furtado e produção artística de Flávia Lacerda.
Guel tinha acabado de começar a trabalhar no filme quando veio a pandemia, o que fez com que ele e toda a equipe mergulhassem profundamente na obra. “Não teria feito esse filme dessa forma se não tivéssemos sido interrompidos pela pandemia, inclusive na parte estética”, afirma. Apesar de ter sido terrível, se tem um lado bom, foi o de ter proporcionado maior tempo de maturação para a equipe. Esse período permitiu uma imersão total no livro e no processo de adaptação. “Noventa por cento dos diálogos do filme estão no livro”, afirma Guel.
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Nesta edição também aprendemos a decantar, com a experiência do sommelier do Fasano, Manoel Beato, que diariamente prova quarenta vinhos para oferecer as melhores taças aos clientes. A entrevista ao expert Arnaldo Lorençato traz passagens importantes dos 35 anos de carreira de Beato. Na Mural SP, decantamos com a pintura do artista Wladimir Cardoso. Com meio século de experiência em direção de arte e design gráfico, ele reserva em seu ateliê, em São Paulo, traços de quem sempre foi apaixonado pelos pincéis e soube usar toda a sua experiência nas telas. Tim-tim!
Publicado em VEJA São Paulo de 31 de maio de 2024, edição nº 2895.