Moradores recorrem ao Ministério Público para impedir blocos na Vila Madalena e em Pinheiros
Comerciantes e moradores da Vila Madalena ingressaram na tarde desta quarta (14) com uma representação no Ministério Público contra a passagem dos blocos pelas ruas do bairro. O documento pedindo a intervenção do órgão reúne quase 1 500 assinaturas. Intitulado “Sossego Vila Madalena”, o grupo quer limitar a saída dos cordões antes, após e, inclusive, nos dias oficiais […]
Comerciantes e moradores da Vila Madalena ingressaram na tarde desta quarta (14) com uma representação no Ministério Público contra a passagem dos blocos pelas ruas do bairro. O documento pedindo a intervenção do órgão reúne quase 1 500 assinaturas. Intitulado “Sossego Vila Madalena”, o grupo quer limitar a saída dos cordões antes, após e, inclusive, nos dias oficiais do Carnaval. A solicitação de estende ao bairro de Pinheiros. O requerimento solicita a instauração de um Inquérito Civil e de uma Ação Civil Pública com pedido de liminar.
Confira a lista de alguns blocos que desfilam em São Paulo em 2015
Neste ano, os desfiles na região começam a partir do dia 31 de janeiro. Dos cerca dos 300 blocos cadastrados na cidade, 67 estão programados para sair na Vila Madalena. Líder do movimento, o designer britânico Tom Green, que vive no bairro desde 1998, participou de reuniões de planejamento do Carnaval de Rua na Subprefeitura de Pinheiros, mas afirma que todas as reivindicações dos moradores foram desconsideradas em favor dos blocos. Na petição entregue ao MP, ele anexo diversas reportagens que apontaram o caos do bairro durante o Carnaval.
“É quase um mês inteiro de festa e isso vira um transtorno para quem vive e trabalha aqui”, diz Green, que garante não ser contra a folia. “Eu pulava Carnaval, mas há três anos isso virou uma baderna”, desabafa. Ele colocou à venda seu prédio comercial na Rua Inácio Pereira da Rocha. “Em dias de bloco, não tem outro jeito, tem de fechar as portas.”
Entre as propostas do “Sossego Vila Madalena” estavam pedidos para que a Subprefeitura limitasse o número de blocos na região apenas nos dias oficiais de Carnaval e a proibição da venda de bebidas por ambulantes, além do uso de carro de som. “Como não fomos atendidos, decidimos recorrer à Justiça para impedir totalmente os blocos”, afirma Green.
Presidente da Sociedade Amigos de Vila Madalena, Cassio Calazans concorda com as reclamações do grupo liderado por Green. Segundo ele, os ambulantes prejudicam a as vendas dos bares e os foliões deixam um rastro de sujeira na porta alheia. “Com um Carnaval com duração de tanto tempo, perde todo mundo, exceto o folião que curte o bloco e vai embora”, diz Calazans.
Desde junho do ano passado, moradores e representantes de blocos carnavalescos têm participado de reuniões na Subprefeitura de Pinheiros. Calazans espera que, neste ano, o estacionamento de carros seja proibido no bairro e a atuação de ambulantes só ocorra mediante cadastramento.
Em nota, a Prefeitura diz que reconhece os blocos como manifestações espontâneas e não irá interferir nos calendários dos desfiles, que tradicionalmente ocorrem antes e depois do feriado oficial. “O que está sendo feito, por meio das Subprefeituras, é planejar os serviços e a infraestrutura necessária para causar o menor impacto possível aos moradores das regiões onde há grande concentração de blocos, estudando mecanismos de dispersão do público e buscando efetivamente aprimorar a organização desta festa popular em todo o Brasil”, informa o comunicado.