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Boa Vizinhança

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Condôminos do Ipiranga emprestam vagas por WhatsApp

A ideia é evitar constantes furtos e assaltos que ocorriam na rua dos prédios

Por Laís Franklin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 jun 2017, 16h07 - Publicado em 8 jun 2017, 16h01
 (Reprodução/Divulgação)
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Em abril do ano passado, o publicitário Baru Matos, de 38 anos, comemorou o aniversário com uma festa em casa. Resolveu ceder sua vaga para um de seus convidados que tinha um bebê recém-nascido. “Acabei deixando meu carro na rua. Quando fui buscá-lo, estava todo arrebentado e sem o estepe”, conta.

Ao voltar para a garagem e ver boa parte das vagas vazias, teve uma ideia: criar um grupo no WhatsApp para promover empréstimo gratuito de vagas. A tentativa era de, além de burlar possíveis furtos e assaltos que aconteciam com frequência na região, conseguir estimular uma troca entre os moradores do conjunto de quatro torres (metade dos apartamentos com duas vagas e a outra metade, com três).

Intitulado “Vaga Solidária”, o coletivo possui 49 integrantes. O esquema é o seguinte: alguém diz quantas vagas precisa, para qual data e horário, e assim que recebe uma resposta positiva, combina em uma conversa privada o empréstimo.

Para garantir a segurança, é necessário interfonar à portaria e enviar previamente o modelo do carro, placa e cor para que possa ser liberado. O próprio condômino direciona as visitas à vaga correta. “Não tivemos nenhum relato de confusão nesse um ano”, garante Baru. “Se o número de empréstimos continuar crescendo, acredito que vá ser criada alguma regulamentação do condomínio, mas até agora estamos funcionando bem na base da boa vizinhança.”

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Usuário do serviço desde o início, o engenheiro Marcel Bien diz que a plataforma é um ótimo instrumento de integração entre vizinhos, fazendo com que se saia de seu próprio casulo para ajudar o outro. “Já solicitei vagas em situações como confraternizações, recebendo várias visitas de parentes e amigos, e disponibilizei as minhas durante viagens”, afirma Marcel. 

Baru também criou outros dois grupos para moradores do complexo. No “Muamba do Vila”, os usuários fazem escambo de itens, doações e venda de produtos usados. Já no “Crianças do Vila”, estão cadastrados todos os pais com crianças para que os pequenos possam conhecer novos amigos no prédio quando estivessem na área comum. “Basta ter boa vontade e motivação para dar certo”, acredita.

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