Ártemis, a primeira gata a contrair Covid-19 em São Paulo
Pet teve seu diagnóstico confirmado no dia 11 e foi o 14º caso de bicho de estimação diagnosticado com a doença no Brasil
A paulistana Paloma Cassari, 27, sentiu os primeiros sintomas de gripe no dia 13 de dezembro. Com medo de que fosse Covid-19, ela se isolou no quarto do pequeno apartamento que dividia com os pais, em Interlagos. Esqueceu de proteger uma integrante da família: a gatinha Ártemis, uma vira-lata brincalhona de 6 anos.
O bichano se tornou a única companhia da jovem acamada. No terceiro dia de reclusão, Paloma foi limpar a caixinha de areia e percebeu que não sentia mais o cheiro do xixi do animal. “Era um sintoma, eu realmente tinha pegado o coronavírus”, diz. Seria mais um dos 690 000 casos de São Paulo, não fosse um imprevisto. Paloma transmitiu o vírus a Ártemis, que virou o primeiro pet diagnosticado com a Covid-19 na capital paulista e o 14º no país.
“Em todos os casos, o dono passou a doença para o animal. Não há indício de contágio entre animais, nem de pets infectarem humanos”, diz o veterinário Rafael Agopian, da PetCovid-19, iniciativa que confirmou o diagnóstico da gata no dia 11 de março. Na última semana, o grupo encontrou outras duas mascotes com coronavírus em São Paulo: um cachorro e um gato.
Além disso, um caso triste chamou a atenção no Sul do país: uma gata morreu após testar positivo em Caxias do Sul no dia 22. “Como não houve necrópsia, é impossível dizer se o vírus foi a causa da morte. Parece improvável, porque em todos os casos conhecidos a carga viral nos pets é muito baixa”, diz Agopian. Após vinte dias de tosse, espirros e diarreia, Ártemis se recuperou. “Está feliz e carinhosa, como é desde que a adotei”, conta a tutora.
+Assine a Vejinha a partir de 6,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 31 de março de 2021, edição nº 2731