Pesquisador da USP afirma que pelos de poodles podem virar tecido similar à lã de carneiro
O engenheiro mecânico têxtil Renato Lobo teve uma ideia inusitada: fabricar tecidos com a pelagem de cachorros da raça poodle. O projeto, batizado de Caniche, foi estudado em seu mestrado realizado na USP. Confira entrevista: + Fotos de casacos de pelos de pets Como surgiu a ideia? Quando era professor de uma escola técnica, uma aluna citou […]

O engenheiro mecânico têxtil Renato Lobo teve uma ideia inusitada: fabricar tecidos com a pelagem de cachorros da raça poodle. O projeto, batizado de Caniche, foi estudado em seu mestrado realizado na USP. Confira entrevista:
+ Fotos de casacos de pelos de pets
Como surgiu a ideia?
Quando era professor de uma escola técnica, uma aluna citou o desperdício de pelos que acontecia quando tosavam seu poodle. Começamos a pesquisar e vimos como a pelagem era parecida com a dos carneiros, só era uma fibra mais curta. Comecei um mestrado na USP sobre o assunto, com testes em laboratório. Estudo o tema há três anos.
+ O poodle que passou de mendigo a príncipe
Por enquanto, você produz roupinhas para animais. Seria possível usar o pelo para fabricar trajes humanos?
Sim. Minha única barreira com os humanos é o preconceito. Depois de tratado, misturado com acrílico, o pelo de poodle não tem cheiro, possui boa textura (um leigo não consegue ver a diferença em relação à lã de carneiro) e custa mais barato.
Pensa em trabalhar com a pelagem de outras raças caninas?
Sim, já estou estudando o lhasa apso e o shih tzu, que, assim como os poodles, são constantemente tosados.
+ Penteados de jogadores de futebol versus penteados caninos
O que pretende fazer agora para a ideia vingar?
Quero criar uma cooperativa de catadores de pelo e fazer parcerias com pet shops. É preciso pensar na sustentabilidade e na reciclagem. Cada poodle, gera, em média, 700 gramas de pelos por ano. O que costuma ser descartado pode virar algo útil.
+ Cães que viviam em gaiolas no Aeroporto de Guarulhos serão doados