Projeto Vídeo nas Aldeias, de cinema indígena, ganha mostra no Masp
Público pode conferir quatro filmes em exibição na Sala de Vídeo

O que começou como um projeto de documentação de comunidades indígenas em 1986, pelo franco-brasileiro Vincent Carelli, se consolidou como um programa de formação de cineastas indígenas no Brasil. Os resultados dos quase quarenta anos de trabalho podem ser vistos na Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias, que inaugura no Masp nesta sexta-feira (13).
Parte da programação do museu dedicada ao tema Histórias da Ecologia, a exposição exibe três vídeos produzidos no contexto do projeto Vídeo nas Aldeias, com curadoria de Isabela Ferreira Loures. Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20 (2012), de Kamikia Kisêdjê, é um vídeo manifesto das mulheres Kisêdjê contra o desmatamento das florestas e a poluição dos rios decorrentes da construção da usina de Belo Monte, no Xingu.

Bicicletas de Nhanderú (2011), de Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, oferece uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju. Yaõkwa – Imagem e Memória (2020), de Vincent e Rita Carelli, acompanha o retorno à comunidade Enawenê Nawê, no Mato Grosso, para devolver imagens filmadas ao longo de quinze anos pelo Vídeo nas Aldeias.
O Vídeo nas Aldeias foi criado 1986 pelo antropólogo e documentarista franco-brasileiro Vincent Carelli. Desde 1997, o projeto expandiu suas atividades para incluir oficinas audiovisuais realizadas junto aos povos indígenas e passou a distribuir equipamentos de filmagem para que os participantes tivessem autonomia na representação de sua própria cultura.
Masp – Edifício Lina. Avenida Paulista, 1578, 3149-5959. → Ter., 10h/22h (grátis). Qua., qui. e dom., 10h/18h. Sex., 10h/22h (grátis, 18h/21h). Sáb., 10h/22h. RS 75,00. Até 10/8.