Priscila Prade lança livro de fotografias de famosos com renda revertida a artistas
Evoé — Fotografias de Teatro terá valor destinado a profissionais do palco que tiveram seus rendimentos comprometidos com pandemia
Numa época que parece uma lembrança longínqua e não havia pandemia, Priscila Prade começou a registrar cenas de palco, retratos para divulgação, imagens posadas. Parte do resultado desse trabalho, realizado entre 2004 e 2020, está reunida no livro Evoé — Fotografias de Teatro (Editora BricaBraque, 220 págs., R$ 100,00).
A publicação, lançada neste mês, nasce com uma causa. “A tiragem é de 2 000 exemplares e o valor arrecadado será totalmente revertido para profissionais da área que tiveram seus ganhos comprometidos pela pandemia”, explica a profissional de 50 anos. Trata-se da repetição de uma iniciativa mais tímida, que ocorreu no segundo semestre de 2020. “Imprimimos 400 exemplares naquele momento, resultado de uma ação entre artistas. Arrecadamos 40 000 reais, que, divididos em doações de 500 reais, ajudaram oitenta famílias.”
Os contemplados com o auxílio pertencem a um cadastro construído por meio de uma chamada no Instagram da fotógrafa (@priscilaprade). Os interessados enviaram documentos de comprovação de situação financeira e assinaram uma declaração se comprometendo com a veracidade das informações. As inscrições continuam abertas em: tinyurl.com/285dd3tb. A onda de solidariedade da iniciativa tem um quê solar. “Quando pensei no título do livro, queria que remetesse ao teatro de forma positiva. Então veio evoé, que é uma saudação muito usada entre atores e diretores”, diz. A obra reúne mais de 200 fotos. Entre elas, está um retrato de Tarcísio Meira que foi usado no cartaz de divulgação da peça O Camareiro (2015).
O exame de seus traços e cabelos é interrompido pelo encontro com o olhar fugidio do ator, que não traz uma resposta nem à primeira nem à segunda vista.
Luis Miranda e Mateus Solano estão no registro que foi o abre-alas da peça O Mistério de Irmã Vap (2019), da qual Priscila foi produtora. Também integrava a equipe o técnico em cenografia Mauro Sérgio Felles. Com a interrupção da montagem na pandemia, ele recorreu à bolsa- Evoé: “Em 2020, foi o que me salvou, já que não consegui o auxílio emergencial”. Em 2021, o profissional não está entre os beneficiados porque conseguiu a aprovação de um projeto na Lei Aldir Blanc. Mas deixa um recado. “Quem puder, colabore com o Evoé. Há muito mais gente para ajudar”, ressalta.
Outra forma de ajudar
O Fundo Colaborativo é uma iniciativa que reúne seis instituições culturais independentes, entre elas as paulistanas Casa do Povo e Pivô. Um de seus braços é uma campanha online para arrecadação de recursos, acessada em: tinyurl.com/v55nzfvk. Por meio do montante angariado, a iniciativa pretende ampliar a concessão de bolsas no valor de 800 reais a artistas visuais de todo o país. Mais informações estão em: https://www.instagram. com/fundocolaborativo
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de junho de 2021, edição nº 2742