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Por dentro da obra: O Impossível (1945), da artista mineira Maria Martins

Entenda um pouco mais sobre esta escultura de um dos grandes nomes da arte brasileira no século XX

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 ago 2020, 06h00
 (Editora Abril/Divulgação)
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A escultura O Impossível (1945) é da artista mineira Maria Martins (1894-1973), um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX.

SEM CÓPIAS

De acordo com a crítica de arte Veronica Stigger, há três versões de O Impossível. Esta, abaixo, pertence ao acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). As duas outras estão no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). Elas não são cópias, porque não vieram do mesmo molde.

DE OLHO NO DETALHE

A peça do MAM-RJ tem uma particularidade. Repare que a figura da esquerda, que podemos identificar como feminina, guarda os braços e os seios. “Esse trabalho parece flagrar a metamorfose do humano em vegetal”, assinala Verônica, que chama atenção para a similaridade dos personagens com plantas canibais.

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ALMAS DENTADAS

Chama atenção na produção de Maria Martins o encontro amoroso retratado bem longe do romantismo tradicional. Nesta obra, os personagens se desejam, mas essa relação parece ser um tanto complicada. Aqui, a tão almejada fusão das almas gêmeas é, ao mesmo tempo, perigosa e erótica.

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GRUPO ILUSTRE

O francês André Breton (1896-1966), um dos ícones do surrealismo, era próximo à artista e escreveu sobre a sua produção para uma mostra em 1947, na extinta Julien Lévy Gallery, em Nova York. Maria também era amiga do romeno Constantin Brancusi (1876-1957), pai da escultura moderna, e engatou um romance com ninguém mais, ninguém menos que Marcel Duchamp (1887-1968).

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 2 de setembro de 2020, edição nº 2702.

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