Museu Judaico inaugura exposições de Anna Bella Geiger e Hannah Brandt
Artista de 92 anos exibe cerca 60 obras, incluindo realizadas em 2025, e alemã-brasileira é homenageada com um conjunto de trinta trabalhos
Aos 92 anos, Anna Bella Geiger não para. Após recriar a performance O Pão Nosso de Cada Dia (1980), em que, numa metáfora sobre a fome, molda, com mordidas, um pedaço de pão ao formato do Brasil, no Espaço Unimed no último mês, e exibir obras das décadas de 60 a 80 na Mendes Wood DM no começo do ano, ela ganha a individual Anna Bella Geiger – Limiar, no Museu Judaico de São Paulo (MUJ).
A mostra, que abre no sábado (28), traz um conjunto de cerca de 60 obras, entre gravuras, vídeos, objetos e fotografias documentais, produzidas entre 1962 e 2025. Filha de imigrantes judeus poloneses, Geiger é pioneira no abstracionismo e na videoarte brasileira, além de bastante conhecida por suas obras cartográficas, que refletem sobre a geopolítica mundial. A exposição curada por Priscyla Gomes e Mariana Leme tem séries como Fronteiriços, Macios, Pier & Ocean e Rrose Sélavy.
Em Situações-limites (1974), reproduções fotográficas em preto e branco e inserções manuscritas ecoam a repressão e o autoritarismo da ditadura militar, ao mesmo tempo em que insinuam um novo porvir.
A pioneira da arte brasileira divide o espaço expositivo do MUJ com Hannah Brandt (1923-2020), homenageada na exposição Hannah Brandt: Vejo Tudo com o Coração, com curadoria de Ruth Tarasantchi. O conjunto de trinta obras em cartaz inclui parte do acervo doado ao museu após sua morte.
Nascida na Alemanha em 1923 e naturalizada brasileira em 1941, Brandt foi gravadora, pintora e desenhista. A individual propõe um mergulho pela trajetória da artista na gravura. Há as paisagens pelas quais ficou conhecida, de locais no Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará e na cidade israelense de Jerusalém.
Outro núcleo explora suas ilustrações ricas em detalhes das letras do alfabeto hebraico. A religião é vista em outros temas relacionados à tradição judaica, como o êxodo, a árvore da vida e a história bíblica de Jó. A exposição ainda não tem data de encerramento.
Museu Judaico de São Paulo. Rua Martinho Prado, 128, Bela Vista, ☎ 3258-1396. → Ter. a dom., 10h/18h. R$ 24,00 (sáb., grátis). Até 21/9.
Publicado em VEJA São Paulo de 27 de junho de 2025, edição nº 2950.
Largo da Batata terá festival gratuito de Halloween com ‘Noite do Terror’
Fiesta de Día de Muertos: confira programação de evento mexicano na Barra Funda
Parque aquático em SP é um dos mais visitados do mundo
Quem é Sandra Regina Ruiz Gomes, a namorada de Suzane Richthofen na cadeia
Casa Allamanda, mix de bistrô e padaria, é um achado no Alto de Pinheiros





