Visitantes não poderão fazer fotos em mostra de Björk no MIS
Interdição, válida para todos ambientes, atende a um pedido da cantora islandesa
Nem uma, nem meia foto. A exposição Björk Digital, que abre amanhã (18), no Museu da Imagem do Som (MIS), não pode ser registrada por quem a visita. A interdição é uma determinação da cantora islandesa que exibe por lá seis clipes em realidade virtual, desdobramentos de seu penúltimo álbum, Vulnicura (2015).
“Não queremos massificar, por meio das redes sociais, o que é visto por aqui, como se houvesse uma fórmula para ser sentida. Cada pessoa tem sua perspectiva”, afirma Chiara Michieletto, uma das integrantes da equipe da artista, presente na abertura para convidados nesta segunda (17). Diante da determinação, caberá, então, ao MIS, advertir visitantes “rebeldes”. Afora a proibição, Björk Digital contempla os fãs e também quem não conhece os feitos da artista que tem fama de esquisitona.
Um funcionário do MIS, já no começo da exposição, no térreo, faz um resumo, no qual destaca o lugar que Vulnicura ocupa. Ele é uma espécie de diário, no qual Björk se coloca à flor da pele para falar do fim de seu relacionamento com o também artista Matthew Barney.
Passada as instruções iniciais, o acesso ao mundo da islandesa se materializa com uma cenografia limpa, com paredes pretas e iluminação baixa, um ambiente ao mesmo tempo misterioso e calmo. Na salas do primeiro piso há mais de uma dezena de bancos, onde estão fones e óculos de realidade virtual, nos quais as obras em 360º são visualizadas.
As duas primeiras obras apresentadas são Stonemilker e Black Lake. Na primeira, a graça é perder e encontrar-se com as múltiplas Björks que aparecem, além de ouvir a música contemplando o mar. Na segunda, a experiência fica um pouco morna, porque apesar do ambiente virtual ser uma caverna, a cantora islandesa surge de forma fixa em duas faces do lugar, o que torna a narrativa previsível, mesmo o visitante podendo olhar para cima e para baixo.
Nas duas outras salas, que exibem cada uma dois vídeos, a exposição dá um salto. Mouth Mantra faz uma grande viagem psicodélica à boca da artista. Sai-se um pouco atordoado dessa imersão por dentes, bocas e bochechas. Quicksand, por sua vez, decompõe a figura da cantora em pontos e linhas de luz.
Por último, chega-se ao espaço circular onde serão vistos Family e Notget. A primeira música é, sem dúvida, o ponto alto da exposição. Com controles remotos, os visitantes podem regular sua distância da artista, que parece aqui uma espécie de buda ciborgue. É possível lançar luzes sobre ela, e também adentrar ao seu interior. Uma experiência, no mínimo, impactante.
Björk Digital ainda é composta ainda, no segundo piso, por um espaço onde é possível criar uma música por meio de tablets e um cinema, onde vão ser exibidos 32 clipes. A visitação acontece a partir da formação de turmas com vinte e cinco pessoas, a cada hora. Estima-se que o tour completo dure 80 minutos.