Masp reabre com “Hélio Oiticica: a Dança na Minha Experiência”
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Tomás Toledo, curador-chefe do museu, montagem pensa ideia de movimento no espaço expositivo
De portas novamente abertas ao público, o Masp apresenta Hélio Oiticica: a Dança na Minha Experiência. A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Tomás Toledo, curador-chefe do museu. Um dos grandes trunfos da montagem é justamente pensar a ideia de movimento no espaço expositivo. No centro, há um agrupamento de núcleos, um tipo de peça criada por Oiticica (1937-1980) em que placas de madeira com as faces pintadas aparecem penduradas no teto.
Esse arranjo aproxima-se dos Metaesquemas, conjuntos de trabalhos nos quais formas geométricas deslocadas criam o ritmo. inclinadas, ora no sentido horário, ora no anti-horário, um pouquinho para cima, um tanto para baixo, elas dançam nas superfícies bidimensionais em que surgem.
Essa observação abre um caminho consistente para se chegar aos famosos parangolés do artista. Por lá, cinco deles são originais e outros catorze, réplicas. o visitante pode até chamar essas obras de “capas”, mas não é bem assim que Oiticica pensava. Em um vídeo, também em exibição, ele explica: “O corpo não é o suporte para a obra, pelo contrário, o que se vê é uma total incorporação”. Para ir um pouquinho além, em outro texto o artista diz: “Nessas obras foi-me dada a oportunidade, a ideia de fundir cor, estruturas, sentido poético, dança, palavra, fotografia”.
Masp. Avenida Paulista, 1578, ☎ 3149- 5959. Terça a sexta, 13h às 18h30; quarta, sábado e domingo, 10h às 16h. R$ 45,00. Vendas em: masp.byinti.com/#/ticket. Grátis às terças. Até 22 de novembro.
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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de outubro de 2020, edição nº 2709