“O atelier não é mais uma diversão, virou trabalho”, diz Luiz Zerbini
Artista exibe pinturas de paisagem em pequeno formato, feitas em viagens, no novo espaço da galeria Fortes D'Aloia e Gabriel
Luiz Zerbini está em cartaz na exposição Observations: Luiz Zerbini in Conversation with Frank Walter, que marca a abertura da nova sede da Galeria Fortes D’Aloia e Gabriel, nos Jardins. A mostra apresenta um diálogo inédito entre pinturas de paisagem em pequeno formato do artista com Frank Walter (Antígua, 1926–2009), feitas em viagens.
O paulistano, que vive no Rio de Janeiro, está ainda em cartaz no espaço da galeria na Barra Funda, com a individual Vagarosa Luminescência Voadora, com peças de sua produção recente sobre os cupinzeiros do cerrado brasileiro.
Três perguntas para Luiz Zerbini
Como é expor um conjunto de obras que não foi feito com esse fim?
São pinturas de observação que faço para mim quando estou de férias, fora do atelier, como um descanso do trabalho. Acho que chamou a atenção da Barbara por ser um trabalho fora do trabalho, que não está ligado às demandas de galerias ou museus. É como se fosse uma brincadeira. E são todas muito rápidas, objetivas e livres, com uma pegada íntima e pessoal. Fiquei super feliz da Barbara ter visto isso, principalmente pela relação com o Frank Walter.
Como esses trabalhos se diferenciam dos seus outros?
Eu coloco essas telas pequenininhas numa bolsa com as tintas e uma garrafa d’água, saio de bicicleta e paro em qualquer lugar. Às vezes vou a pé, levo uma cadeira, sento e faço uma pintura por dia. No atelier, as pinturas são muito detalhadas e demoradas, às vezes demoram seis, sete meses; e tem um pensamento, uma ideia, um trabalho de composição. É um outro jeito de ver a pintura. O atelier hoje em dia é realmente um trabalho para mim. Não é mais como uma diversão, como quando eu era jovem.
No que está focada sua produção?
Agora, de alguma maneira, eu estou voltando, talvez, aos anos 80. As pinturas estão bem mais simples, limpas e soltas. E também estou fazendo monotipias para uma exposição que vai abrir no Instituto Tomie Ohtake no ano que vem.
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de novembro de 2025, edição nº 2972.
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