Fotos de José Medeiros revelam rotina no Teatro Experimental do Negro
Outras duas exposições em cartaz no Instituto Tomie Ohtake celebram artistas negros

Entre 1944 e 1961, o Teatro Experimental do Negro (TEN), criado por Abdias do Nascimento (1914-2011) no Rio de Janeiro, funcionou como um espaço para livre expressão de artistas pretos. Um deles era o fotojornalista piauiense José Medeiros (1921-1991), que acompanhou ensaios, bastidores e apresentações da companhia com suas lentes. Muitos desses registros são exibidos pela primeira vez em Teatro Experimental do Negro nas fotografias de José Medeiros, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake.
Com curadoria de Eugênio Lima, a mostra tem 110 itens, entre fotografias e documentos provenientes do acervo do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro).
Em paralelo, Manuel Messias – Sem limites perpassa três décadas de produção do sergipano radicado no Rio, com cerca de setenta xilogravuras, influenciadas pela literatura de cordel e pelo expressionismo, e que abordam temas como desigualdade social e religião. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto, essa é a primeira individual do artista, morto em 2001, em um museu.

Está em cartaz, ainda, Casa Sueli Carneiro em Residência, com artistas negros que passaram pelo programa que visa desenvolver projetos que dialoguem com o pensamento da filósofa e ativista Sueli Carneiro e o movimento negro no Brasil. A curadoria é de Luanda Carneiro Jacoel.
Instituto Tomie Ohtake. Rua Coropé, 88, Pinheiros, ☎ 2245-1900. →. Ter. a dom., 11h/19h. Grátis. Até 3/8.
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de junho de 2025, edição nº 2949.