Flávia Junqueira abre duas exposições na capital paulista
Artista leva parque de diversões ao Ibirapuera e ganha panorama no Fiesp, com as emblemáticas fotos de balões em grande teatros; confira entrevista
Flávia Junqueira inaugura duas exposições na próxima semana. A partir de sábado (14), sua primeira mostra ao ar livre toma o Jardim da Bienal do Parque Ibirapuera, como parte do projeto Contemporâneas Vivara, que celebra a produção de mulheres artistas em diversas cidades do Brasil.
Idealizada pela produtora Tête-à-tête, Banca Galeria tem oito obras inéditas que transformam o espaço em um parque de diversões antigo e interativo. Um exemplo é o labirinto de espelhos repleto de balões, sua marca registrada.
Flávia ficou conhecida pelas fotos em edifícios icônicos preenchidos com dezenas de balões, como o Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro — a obra compõe Extasia, mostra que perpassa os últimos cinco anos de produção da paulistana, a partir de quarta (18) no Centro Cultural Fiesp.
Parque Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana. ☎ 3889-3000. Todos os dias, 7h/23h. Grátis. Até 14/11. parquedoibirapuera.org. Centro Cultural Fiesp. Avenida Paulista, 1313. Ter. a dom., 10h/20h. Grátis. Até 26/1/25. centrocultural.fiesp.com.br.
3 perguntas para Flávia Junqueira
Como é expor ao ar livre?
É uma relação monumental com o espaço com a qual nunca havia trabalhado. Ainda que tenha o costume de preencher teatros grandes, o espaço externo é um lugar que não tem limites. São instalações interativas que têm cara de parque de diversão. Parti da ideia de fugir da grande escala dos parques de diversão de hoje, um entretenimento imediato, para resgatar a memória de uma infância que não se tem mais. Os brinquedos não são motores, exigem um envolvimento do espectador. Como o carrossel, as crianças têm que girar.
Extasia é uma exposição imersiva?
Não diria imersiva porque acho que esse termo ficou rotulado com a ideia das redes sociais, mas a expografia no Fiesp traz cenografia e iluminação teatrais, com cortinas aveludadas. O espectador vai se sentir dentro daquelas fotos.
Quais seus novos projetos?
Um especial para mim é o meu livro, que deve sair no segundo semestre do ano que vem. Tenho muitos trabalhos e seria gratificante ter um livro de arte com as minhas imagens, para que mais pessoas consigam acessar meu trabalho.
Publicado em VEJA São Paulo de 13 de agosto de 2024, edição nº 2910.