Exposição na Pinacoteca mostra parceria de Flávio Império e Maria Bethânia
São mais de 300 obras do multiartista que dominava pintura, arquitetura, cenografia, teatro, design gráfico e ativismo político

Nos bastidores da turnê Doces Bárbaros (1976), que reuniu Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia e rendeu o filme homônimo dirigido por Jom Tob Azulay, estava Flávio Império (1935-1985). O artista foi um importante colaborador de Bethânia, desenvolvendo a cenografia e os figurinos da cantora em diversos de seus shows nas décadas de 70 e 80, até sua morte por complicações da Aids. Essa é uma das facetas da sua produção abordada em Flávio Império: Tens A Vontade e Ela É Livre, em cartaz na Pina Estação — uma maquete descreve o projeto que o artista fez para o show Pássaro da Manhã (1977), de Bethânia, e uma sala é dedicada a estudos para a capa do disco Doces Bárbaros.
Com curadoria de Yuri Quevedo, a mostra reúne mais de 300 obras (criadas entre 1960 e 1985) do multiartista que dominava pintura, arquitetura, cenografia, teatro, design gráfico e ativismo político, tendo sua produção concentrada na ditadura militar. Há 38 desenhos originais, dos mais de 10 000 itens conservados pelo Instituto de Estudos brasileiros da USP, bem como trabalhos que integraram a antológica exposição Opinião 65, no MaM-RJ, e uma maquete da peça A falecida (1983), de Nelson Rodrigues, para a qual fez a cenografia.
Pina Estação. Largo General Osório, 66, Santa Ifigênia, ☎ 3335- 4990. → Qua. a seg., 10h/18h. R$ 30,00 (sáb., grátis). Até 1/2/26.
Publicado em VEJA São Paulo de 4 de julho de 2025, edição nº 2951.