Conheça a produção da ex-juíza do trabalho Sueli Espicalquis
Entre as principais referências para seu trabalho, aparecem nomes como Van Gogh, Matisse, Gauguin, Volpi

A juíza do trabalho Sueli Espicalquis, de 65 anos, aposentou-se em 2004 e rumou logo em seguida para as artes visuais. No ano seguinte, começou a fazer uma série de cursos livres com grandes nomes da área, como o pintor Paulo Pasta e o crítico Rodrigo Naves. Sua produção em tela une tinta a óleo com cera, como visto nas duas pinturas feitas em 2019. “Organizo meu mundo naquela superfície. É como uma paisagem, vista de cima. Parece plácido, mas tem muito ruído”, elucida ela.
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Mais recentemente, nos trabalhos da série Bandeiras, de 2020, ela utilizou pedaços de tecido, do tipo voil, e alfinetes. “Crio aí um estranhamento corporal, a partir do toque de dois elementos antagônicos, o tecido leve e o alfinete, pontiagudo e duro”, completa ela a segunda parte da explicação sobre suas obras.


As cores, para a artista paulista, também são muito importantes. Muitas vezes, ela faz tons do mesmo matiz se encontrar, em outros momentos prefere opor faixas esmaecidas a vibrantes. Nessas opções e em muitas outras aventadas, a cor preta também aparece, em retângulos ou figuras sem classificação, como se Sueli gostasse da geometria certeira, sem perder a oportunidade de reinventá-la. Aonde vão chegar suas linhas fragmentadas, não se sabe, mas, a contar de suas referências (Van Gogh, Matisse, Gauguin, Volpi), o caminho promete ser longo.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 15 de julho de 2020, edição nº 2695.