Arte pandêmica: mostra traz telas criadas a partir de troca de mensagens
Exposição de Paulo Pasta surgiu a partir de conversas do pintor com o crítico Ronaldo Brito, durante a pandemia; mostra ocorre no Anexo Millan
Paulo Pasta — Correspondências, com abertura na quinta (18) no Anexo Millan, tem a exibição de cerca de vinte pinturas, feitas entre 2020 e 2021. O título da mostra aponta para sua origem. A gênese vem de uma troca de desabafos, piadas, sugestões de livros, criação de poemas e estudos para telas entre o artista paulista e o crítico carioca Ronaldo Brito. Isso, ao longo da pandemia.
O material textual desse processo foi também reunido e vai à vida, como publicação, na mesma data da inauguração da exposição. É, sem dúvida, um ótimo guia para percorrer essa leva de pinturas, mas também a forma como Pasta pensa.
Um exemplo, a área branca na base e/ou no topo dos quadros, elemento introduzido agora, é tema da conversa entre os dois. Há a referência à moldura, que foi por concretos e neoconcretos eliminada, na tentativa de integrar o trabalho de arte à vida.
“Para mim, funciona mais como um respiro, porque meu caminho é diferente. Não resolvo minha pintura pela espacialização. Minha questão está dentro do quadro, na busca de uma verdade ali”, explica o pintor, que também se encontrou em algumas das telas com as ditas “cores caipiras” por Tarsila do Amaral (1886- 1973): o rosa, o verde e o azul claros.
Anexo Millan. Rua Fradique Coutinho, 1416, Vila Madalena, ☎ 3031-6007. Segunda a sexta, 10h às 19h; sábado, 11h às 15
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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de novembro de 2021, edição nº 2765