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Vizinhos de jovem morto por PM receberam ameaças, relata advogado

Matias Menezes foi atingido por um tiro no peito no último domingo (5) no Capão Redondo

Por Agência Brasil
Atualizado em 22 Maio 2024, 15h10 - Publicado em 8 nov 2023, 21h19
Viaturas da Polícia Militar de São Paulo.
Viaturas da Polícia Militar (Danilo Giunchetti/Divulgação)
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Vizinhos do ajudante de pedreiro Matias Menezes Caviquiole, morto por um policial militar no último domingo (5), no Morro do Piolho, no bairro Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, relataram que no mesmo dia do crime foram intimidados por colegas do PM. A informação é do advogado José Luiz de Oliveira Junior, que representa a família do ajudante de pedreiro. O jovem, de 24 anos, foi morto na rua em que residia, com um tiro no peito, e o agente de segurança alega que o disparo foi acidental.

Imagens que circulam na internet mostram o jovem rendido quando foi atingido por um tiro. Segundo o advogado, os vizinhos têm receio de se identificar, por conta da situação, com medo de sofrer represálias dos agentes do Estado.

“Foram às casas, perguntando onde tinha câmeras, tocaram campainhas. Fizeram um verdadeiro terror ali na rua. Periferia, né”, disse Oliveira Junior em entrevista à Agência Brasil. “Foi uma outra equipe de policiais para fazer esse ‘arredondamento’, vamos dizer assim”, completou.

Até o momento da entrevista, Oliveira Junior ainda não havia conseguido ter acesso a diversas informações sobre o caso, já que o processo corre em segredo de Justiça. Um vídeo que circula pela internet, desde o dia do homicídio, mostra vizinhos tentando inibir excessos por parte do policial. Nas imagens, Caviquiole aparece rendido, com os braços para o alto. Segundos depois, escuta-se o som de disparo.

Uma versão do policial, repercutida pela imprensa, é a de que a vítima teria mexido em seu cassetete, o que teria motivado o saque da arma para se defender. Perguntado sobre esse aspecto, José Luiz de Oliveira Junior nega tal possibilidade. “Com relação a tomar o cassetete, as imagens são claras. Até quando as pessoas vão morrer mediante esse tipo de alegação?”, questiona.

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O advogado comentou, ainda, que tem esperanças de conseguir processar o Estado com a ajuda do Ministério Público. Procurado pela Agência Brasil, o órgão disse que o inquérito policial ainda não foi relatado e, portanto, não tem condições de responder aos questionamentos da reportagem.

O policial chegou a ser detido e levado para o Presídio Militar Romão Gomes, mais conhecido como Presídio Barro Branco, na Vila Albertina, que fica na zona norte da capital paulista. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais militares teriam abordado uma dupla flagrada em uma motocicleta sem placa, quando outro homem interveio e tentou soltar os suspeitos. “O PM fazia a abordagem quando houve um disparo de arma de fogo, e o homem foi atingido”, disse a pasta, em nota divulgada após ocorrido. O resgate teria sido acionado pelo policial, mas o homem morreu no local.

O PM que fez o disparo prestou depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e o delegado, após analisar as imagens, instaurou inquérito para apurar o crime de homicídio culposo, por concluir que o disparo foi acidental e não houve intenção de matar. Paralelamente, um inquérito policial militar fará apuração para levantar as circunstâncias do caso.

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A reportagem também tentou contato com a SSP e aguarda retorno.

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