Vitória Chaves da Silva: força para enfrentar o tratamento
Aos 13 anos, menina vive com novo coração desde 2005
“Já passava de meia-noite e eu estava dormindo em um quarto da ACTC, casa de apoio no bairro de Pinheiros para crianças cardíacas vindas de outros estados. É um lugar bem legal, mas de vez em quando alguma criança de lá morre, e aí todo mundo fica triste. Cheguei de Goiânia para tentar resolver meu problema de saúde em São Paulo. Uma noite, Deus veio no meu sonho e falou: ‘Vitória, arruma suas coisas. O telefone vai tocar. Chegou seu coração’. Acordei assustada. A mãe de uma coleguinha ouviu, fez uma oração comigo e me pôs para dormir de novo. Um pouco depois, às 3 horas da madrugada, ligaram do Hospital das Clínicas com a notícia: tinham um órgão para mim. Minha mãe parou um táxi na rua. Fomos rápido e, chegando lá, tomei um banho para me desinfetar. Fui sedada. Soube depois que meu doador foi um menino do interior de São Paulo, também com 6 anos. Ele estava brincando de pular no sofá, caiu e bateu a cabeça. Nossa, eu rezo tanto para Deus guiar a alma dele! Essa operação mudou minha vida, e hoje tento fazer coisas normais. Outro dia, até fui a um show do Luan Santana, meu ídolo. Como todas as outras meninas, tentei um lugar mais perto do palco, mas minha mãe me fez voltar, porque eu fiquei emocionada. Ainda tenho de tomar muito remédio, injeções na barriga que eu mesmo aplico, porque fiquei diabética. Um mês atrás, tive crise de rejeição das células. Sei que pode ser que eu tenha de passar por um novo transplante. Mas eu não fico desanimada com a situação. O que eu tiver de fazer para viver, não importa se vai doer ou não, vou fazer. Meu sonho é cursar faculdade e trabalhar um dia como pediatra.”
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