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Visitamos o quarto-cápsula de um hostel em São Paulo

"Será preciso fazer uma ou outra manobra para mudar de roupa." Confira os detalhes do quarto que está sendo muito procurado - apesar da polêmica

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 nov 2018, 21h02 - Publicado em 30 nov 2018, 20h55

Quem começa a preparar uma viagem, um mochilão, por exemplo, vai sacar logo de início como bater o martelo na hospedagem é o mais difícil. Além de analisar a localização, com fácil acesso a meio de transporte, o local precisa ter segurança, pessoas simpáticas, café da manhã, wi-fi… Tudo pelo menor preço, claro. Quebrei muito a cabeça e a cara já pelos lugares que passei. Uma das hospedagens, por 10 dólares por dia, em Buenos Aires, eu dividia o quarto com outras oito meninas em um ambiente empoeirado, banheiro velho e que só era possível tomar banho quente às 4h30 da manhã, quando nenhum outro objeto estivesse plugado na tomada. Em Londres, por 70 libras a diária, fiquei em um quarto com outras treze pessoas. Minha cama ficava embaixo de uma infiltração o que deixava meu colchão úmido. Nele, também foi comum acordar com brigas entre outros hóspedes que erraram a cama durante a madrugada e o café da manhã estava longe de ser um café da manhã. Outra vez, quando resolvi ficar mais afastada da cidade, em São Francisco, fiquei em um quarto anexado à lavanderia, com a máquina de lavar ao lado da minha porta.

(Reprodução/Facebook/Veja SP)

Por isso, aqui na redação, ficamos curiosos quando vimos a repercussão do post sobre o SP Cápsula, formato de quarto que o SP Hostel Club, localizado na Avenida Rebouças, ao lado da Rua da Consolação e da Avenida Paulista. A foto mostra um diminuto quarto, com apenas uma cama de solteiro e uma janela ao fundo. Ele é oferecido a 75 reais (o post dizia 69 reais, mas foi alterado), com direito a café da manhã, internet e outras facilidades. A publicação já alcançou mais de 1 milhão de pessoas e a maioria dos comentários criticavam o tamanho do espaço. Fomos conferir pessoalmente o local.

A localização realmente é privilegiada, de frente para o painel do Kobra, estamos a poucos metros da Avenida Paulista. Na entrada, o espaço estava na hora do café da manhã para os hóspedes. Um salão com decoração descolada (que a noite vira um barzinho), estava com três mesas ocupadas dos clientes, que se serviam de frios, pão, iogurte, café, sucos e folhados.

(Divulgação/Veja SP)

Rodrigo Rodrigues, um dos sócios do estabelecimento, me recebeu para apresentar o local. “Abrimos o hostel em julho do ano passado, com 23 leitos, e agora vamos começar atender com 98 leitos”, explica Rodrigues. O terreno de 900 metros quadrados une duas casas, com direito a terraço com vista para parte da Avenida Paulista, Rua da Consolação e Avenida Rebouças. Quase todos os quartos estavam ocupados. “Temos uma média de 72% de ocupação e normalmente as pessoas aqui ficam duas noites”, diz.  Ele ainda conta que a proposta do hostel é atender a turma que gosta de festas, por isso, oferece o bar que fica aberto à noite para os “esquentas”. Quem é de fora também é bem-vindo.

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(Veja São Paulo/Veja SP)

Apesar de movimentado, o espaço ainda está em reforma, que deve terminar até o dia 7 de dezembro, com direito a festa de inauguração. Na área ao lado, terá um bar ainda maior que servirá também de café durante o dia. Os corredores e os quartos são aromatizados, os colchões são todos cobertos com capas, e não apenas lençóis brancos e são oferecidas cobertas e toalhas (item pouco comum nos hostels).

(Divulgação/Veja SP)

A demanda pelo formato polêmico de quarto foi notada pelo gerente, Guilherme Martins. “Neste um ano de operação, ele comentou que existia um perfil específico de público, que queria privacidade”, diz Rodrigues. Nos pedidos, os hóspedes perguntavam sobre quartos compartilhados sem outros clientes ou aqueles com o menor número de ocupantes. “Eles queriam ficar sozinhos na hora de dormir, por isso, o próprio Guilherme mostrou os hotéis-cápsulas do Japão”, explica. Formato em arquitetura, Rodrigues estudou as possibilidades.

(Divulgação/Veja SP)

Os nove quartos no formato têm 3 metros de profundidade por 90 centímetros de largura, o suficiente para a cama de solteiro de 1,90 metro. O revestimento nas laterais ajudam na temperatura do espaço, assim como a janela e o ar-condicionado, que serão instalados em todos os quartos deste modelo. O espaço não é confortável como uma suíte, com cama de casal. Mas é possível deitar tranquilamente, o colchão e a roupa de cama são de qualidade. Não é um espaço para se ficar uma semana, a bagagem deve ser colocada embaixo da cama e será preciso fazer uma ou outra manobra para mudar de roupa. Outra opção é trocar-se em um dos vestiários. Minha opinião como viajante? Vale pelo conforto da cama e, sem dúvida, pela localização, principalmente para quem for ficar poucos dias na cidade.

(Divulgação/Veja SP)

“Existem os pedidos para um formato mais privativo e essa foi uma solução que encontramos e as pessoas que ficaram nela aprovaram”, diz Rodrigues. Segundo ele, se antes a suíte era a primeira esgotar e agora, esses são os primeiros a serem ocupados. “Fizemos um mês de teste e mais de cinquenta pessoas dormiram nele”, afirma. “Uma das mudanças que vamos fazer, por exemplo, é a instalação de ar-condicionado em todos eles”, conta. Para quem se sentir incomodado, eles oferecem quartos compartilhados de quatro a oito pessoas, além de suítes e quartos de casais. “Ninguém é obrigado a ficar nestes, temos opções de leito a partir de 35 reais para quem quiser aproveitar”, afirma.

 

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