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Prefeitura quer aumentar velocidade média dos ônibus

Para aumentar de 13 para 20 quilômetros por hora a velocidade média dos coletivos, a prefeitura investe em novas faixas exclusivas para ônibus

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 jun 2017, 17h38 - Publicado em 12 jul 2013, 20h03
Bruna Souza_transporte ed. 2330
Bruna Souza_transporte ed. 2330 (Fernando Moraes/)
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Desde a onda de manifestações que tomou a cidade, a prefeitura está empenhada em mostrar serviço para melhorar a vida do usuário do transporte público. Entre outras medidas, baixou o preço da passagem de 3,20 para 3 reais, cancelou as licitações para contratar empresas da área e criou o Conselho Municipal de Trânsito e Transporte. Os investimentos em faixas exclusivas para ônibus, com horários de funcionamento específicos, o que era uma das bandeiras da campanha do prefeito Fernando Haddad, começaram a ocorrer também de forma mais acelerada, com a inclusão no circuito de vias importantes da capital. O objetivo da operação é aumentar a velocidade média dos ônibus dos atuais 13 para 20 quilômetros por hora.

Em junho, a Marginal Tietê ganhou 12,7 quilômetros de vias que priorizam o trânsito dos coletivos. Só aí, 211 000 passageiros, a bordo de trinta linhas, terão chance de chegar mais rapidamente a seu destino diariamente. Neste mês, foi a vez de a Marginal Pinheiros e as avenidas Paulista e Doutor Arnaldo serem contempladas. A meta original do governo era implementar 150 quilômetros de faixas até o fim de 2016. Agora, porém, na correria para atender a população, a promessa é alcançar 220 quilômetros até o fim do ano. Estão programadas para receber o benefício avenidas como a 23 de Maio e ruas como a Loefgreen, na Vila Mariana.

 

Usuários do serviço, como a assistente financeira Bruna Souza, de 22 anos, aplaudem a iniciativa. Ela mora no bairro da Saúde e trabalha na Rua Oscar Freire. Diariamente, atravessa a Avenida Paulista, que ganhou faixas para ônibus da Praça Oswaldo Cruz à Rua Augusta, das 6 às 22 horas. Se o caminho está livre, Bruna demora cerca de quinze minutos para cruzá-la, mas o tempo pode triplicar em dias de tráfego intenso. “Com as faixas, o período em que fico a bordo tende a ser menor. Assim, consigo até ficar um pouquinho mais na cama”, diz. Motorista de ônibus há seis anos, Claudemir Martins, que costuma fazer a linha Terminal Pinheiros -Terminal Jardim Ângela, sabe bem as vantagens que as faixas trazem. Espera sentir a melhora na Marginal Pinheiros, que representa grande parte de seu trajeto. Ali, um dos trechos exclusivos para coletivos vai da Ponte Engenheiro Ary Torres ao acesso da Avenida João Dias, sentido Interlagos, e funciona das 6 às 9 horas e das 17 às 20 horas.

Claudemir Martins_transporte ed. 2330
Claudemir Martins_transporte ed. 2330 ()
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Na segunda (15), o outro lado da via, em direção à Castelo Branco, ganhará mais 7,4 quilômetros da faixa. “Precisa ter fiscalização, pois do contrário os carros invadem ou mesmo estacionam na área reservada para nós”, afirma Martins. Os carros só têm permissão para usar a faixa quando forem virar em ruas à direita, respeitando o acesso pelo trecho pontilhado. Caso infrinjam a lei, cometem uma infração leve, sendo penalizados com multa de 53,20 reais. Os agentesda CET ainda estão apenas orientando os motoristas a não invadir as novas faixas — com exceção da Marginal Tietê, onde a penalidade já vale. As autuações começam no sábado (20) nas avenidas Paulista e Doutor Arnaldo e no dia 25 na Marginal Pinheiros.

Até 2016, estão previstos mais 150 quilômetros de corredores exclusivos, que são obras mais caras e demoradas do que as faixas (veja o quadro abaixo). O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, defende também a expansão do metrô, que é de responsabilidade do governo do estado. “O ônibus tem de funcionar como um serviço auxiliar”, afirma. Hoje, 81% dos deslocamentos da cidade em transporte público são feitos por meio dos coletivos.

fiscalização na Marginal Pinheiros ed. 2330 (transporte)
fiscalização na Marginal Pinheiros ed. 2330 (transporte) ()

Com tantas promessas, é de esperar que o sistema melhore e, quem sabe, desincentive os motoristas a tirar seus carros da garagem. “Todas essas medidas vão piorar a vida dos carros, mas a prioridade máxima deve ser mesmo do transporte público”, diz o consultor de engenharia de tráfego Horácio Figueira. “O congestionamento de automóveis é inevitável em uma metrópole como a nossa. Já o congestionamento de ônibus é imperdoável.”

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Linha Estratégica

Os planos de investimento para o setor

› Hoje, a cidade conta com 227,5 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus

› Até o fim do ano, a meta é instalar 220 quilômetros de faixas, que custarão 12 milhões de reais

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› Elas serão instaladas, entre outras vias, nas ruas Brigadeiro Gavião Peixoto, Ibitirama e Loefgreen e nas avenidas 23 de Maio, Sapopemba, Bandeirantes e Tiradentes

› Até 2016, a previsão é que haja mais 150 quilômetros de corredores exclusivos para os coletivos

Dois caminhos

As diferenças entre a faixa e o corredor exclusivos para ônibus

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FAIXA

› Fica à direita da via

› Funciona em intervalos de tempo específicos e os carros podem circular para virar em ruas à direita

› A multa para quem usá-la indevidamente é de 53,20 reais, mais 3 pontos na carteira

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› Cada quilômetro de sua implementação custa cerca de 54 000 reais

CORREDOR

› Fica à esquerda da via

› É de uso quase exclusivo dos ônibus. Os carros circulam apenas de seg. a sex. das 23h às 4h e das 15h de sáb. às 4h de seg.

› A multa para quem usá-lo indevidamente é de 127,69 reais, mais 5 pontos na carteira

› Cada quilômetro de sua implementação custa pelo menos 600 000 reais

 

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