Vantagens e problemas com as lâmpadas brancas dos faróis dos carros
Lâmpadas brancas nos faróis garantem economia e maior luminosidade. Mas uma instalação malfeita pode ofuscar a visão de outros motoristas
Quem trafega pela cidade à noite já deve ter notado o aumento de luzinhas brancas nos faróis de parte da frota paulistana. Cada vez mais motoristas trocam as tradicionais lâmpadas amarelas pelos equipamentos de gás xênon, que proporcionam maior brilho. Alguns modelos de marcas como Audi, BMW, Mercedes-Benz, Citroën, Volvo e Peugeot vêm com o kit de fábrica. As lojas de autopeças instalam a novidade por preços que variam de 400 a 2 000 reais. “Há quatro anos, o serviço chegava a custar 4 000 reais”, conta Michel Monteiro, proprietário da VTuning, localizada no Jardim Anália Franco. “A procura aumentou muito, e eu vendo pelo menos três kits por dia.”
Economia e maior luminosidade são os atrativos do gás xênon. Uma lâmpada desse tipo dura três vezes mais que a comum e garante um campo de visão bastante ampliado. “A gente nota a diferença nas estradas”, diz o empresário José Carlos Severo, proprietário de um Honda e de um BMW equipados com o acessório. “Em comparação com o sistema convencional, consigo enxergar a uma distância duas vezes maior e nem mesmo a neblina atrapalha.” De acordo com as regras do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o produto é legal – desde que a lâmpada seja realmente branca. Para tanto, a temperatura de cor não pode passar de 7 000 graus Kelvin. “Se essa marca for ultrapassada, já se terá um tom azulado”, afirma o gerente de produtos e marketing da Philips, Ivan Lelis. Enquanto a luz convencional funciona com um filamento de tungstênio, que fica incandescente com a passagem de corrente elétrica, a moderna vem com um pequeno reator para produzir uma faísca e inflamar o gás xênon.
O motorista que já teve a visão ofuscada por um farol de gás xênon provavelmente deparou com uma lâmpada de tonalidade azul. É a temperatura acima da especificada, capaz de cegar momentaneamente os outros condutores. Mesmo que a temperatura esteja correta, porém, o problema pode ocorrer. Se a instalação não for bem-feita, o feixe de luz atingirá em cheio o pára-brisa do veículo que vem em sentido contrário. “Para que isso não aconteça, tanto a lâmpada quanto a instalação têm de ser adequadas”, explica Lelis. “Senão, até as luzes comuns atrapalham os demais motoristas.”