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Cidade Universitária terá releitura em mosaico de obra famosa de Portinari

Painéis de 14 metros de altura por 10 de comprimento devem ficar prontos em outubro de 2020

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 8 fev 2019, 11h13 - Publicado em 7 fev 2019, 18h46
Releitura de 'Guerra e Paz' ficará exposta no campus da USP, no Butantã (Divulgação/Veja SP)
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A partir de outubro de 2020, quem passar pela Cidade Universitária, no Butantã, na Zona Sul da capital, poderá contemplar o trabalho de Candido Portinari, um dos principais artistas plásticos brasileiros.

Liderado por dois portugueses, o escritório de arquitetura paulistano Oficina de Mosaicos criará uma releitura da obra Guerra e Paz em forma de mosaico para ficar exposta permanentemente na USP. O objetivo da iniciativa é valorizar a cultura brasileira levando arte a espaços públicos. Esse projeto tem o apoio do filho de Portinari, João Portinari.

Isabel e Gonçalo posam de pé lado a lado. Ela veste camiseta verde e calça preta. Ele veste camisa rosada e calça escura. Ao fundo, tijolos aparecem na foto.
Isabel Ruas e Gonçalo Ruas são sócios do escritório responsável pelo projeto (Divulgação/Inês Bonduki/Veja SP)

“É algo muito importante para a cultura do país. Tem que ter caráter educativo. Gostaríamos que os painéis fossem muito visitados pelas escolas, pelas crianças”, afirma a arquiteta Isabel Ruas Pereira Coelho, 65, uma das sócias do escritório. “Guerra e Paz representa a população brasileira.”

A versão original da obra – dois painéis de 14 metros de altura por 10 de comprimento – fica na sede da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. A pintura foi criada a pedido do governo brasileiro, em 1952. Quando ficou pronta, em 1956, foi dada de presente para a ONU.

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Em um dos painéis, Portinari retrata um cenário de guerra. Essa parte de seu trabalho fica exposta na entrada do prédio da ONU. A outra, que retrata a paz, se encontra na saída do edifício.

A releitura que irá para a USP terá o mesmo tamanho e será construída com material importado da Itália. “O objetivo é que a linguagem do mosaico faça parecer uma novidade. Não é como uma cópia. A pincelada de Portinari não vai estar lá. Mas a representação da pincelada dele em mosaico terá sua forma própria”, disse Isabel.

“O interessante é manter o caráter permanente do trabalho, ao ar livre. Afinal, nem todo mundo tem a chance de ir até a sede da ONU. Aliás, Portinari mesmo não viu a obra exposta lá, depois que ficou pronta”, diz Gonçalo Nunes Barricalo Ruas, 33, sócio da Oficina de Mosaicos.

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O escritório prevê gastos de 3 milhões de reais para realizar todo o trabalho. Esse projeto será executado via Lei Rouanet, por meio da qual a empresa envolvida na proposta recebe isenções fiscais em troca da iniciativa em questão. O projeto está em fase de captação de recursos. Até o momento, segundo o escritório, algumas instituições se comprometeram a investir, embora ainda não tenham revelado os valores. O processo de captação deve durar até setembro de 2019.

E não deve parar por aí. Isabel relatou que há uma segunda etapa do projeto em vista. O plano é criar um museu na USP em homenagem a Guerra e Paz. “Queremos montar um museu aberto a visitações guiadas, contando a história dessa obra tão importante. E expor nele todos os desenhos preparatórios da pintura. Isso daria muito valor a todo o trabalho”, afirma.

Mão na massa
Isabel e outros arquitetos trabalham na produção de mosaicos, na Vila Madalena (Reprodução/Veja SP)

A Oficina de Mosaicos também já ajudou a restaurar um mosaico do artista Di Cavalcanti instalado no Teatro Cultura Artística, no centro. “Estamos negociando o restauro dos painéis de Tomie Otake no Metrô Consolação. Seria um projeto feito em parceria com o Instituto Tomie Otake, via lei de incentivo fiscal”, diz Ruas.

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