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Zoológico de São Paulo estuda transportar urubus que invadiram jaulas de animais

Cerca de 500 aves se concentram hoje na fundação e causam reclamação entre os frequentadores. A presença delas também preocupa a Infraero pela proximidade com o Aeroporto de Congonhas

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 14h41 - Publicado em 17 abr 2014, 18h27

Cerca de 500 urubus que ocupam o Zoológico de São Paulo podem ser transportados para outras regiões do estado, como interior e litoral. A medida está sendo discutida pela fundação, devido ao aumento do número de aves no parque nos últimos meses.

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O transporte de urubus ocorre no Zoológico desde os anos 80. A medida também foi tomada em 2000 e 2001, respeitando normas ambientais, com a captura e marcação das aves, que são anilhadas. De acordo com Fernanda Guida, 39 anos, bióloga do setor de aves, a decisão será tomada em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

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Espalhados por todo o endereço, os urubus se concentram principalmente na jaula do urso pardo e na área dos felinos. Ensolaradas, as regiões atraem as aves, que pousam para descanso e para regular a temperatura do corpo em banhos de sol. O problema tem causado reclamações dos frequentadores. “O público confunde, achando que o urubu está lá porque os animais estão doentes. Mas não é nada disso”, comenta a bióloga.

Uma das razões para a migração das aves é a desativação de lixões em cidades próximas a São Paulo. Fernanda explica que os animais se sentem seguros, pois o Zoológico está dentro de um parque estadual, em 824 529 metros quadrados de Mata Atlântica, dentro de uma área urbana. 

Para minimizar o contato das aves com os outros animais a curto prazo, a fundação pretende minimizar o pouso dos urubus. “A gente não pode eliminá-los, até porque eles têm um papel ecológico importante, comendo carcaça e restos de animais”, explica a técnica. “Por isso, estamos criando novos comedouros, em regiões onde os urubus não tenham acesso. Além disso, aspersores de água são ligados, para que eles não pousem, já que não gostam de água.”

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Apesar das medidas, a bióloga informa que não há riscos de doenças para os outros animais. “Existe um pouco de mito sobre os urubus. Qualquer animal pode transmitir doença. O contato excessivo poderia ser prejudicial, mas não temos nenhum relato por enquanto.”

Aeroporto de Congonhas

A presença das aves também preocupa a Infraero. O departamento de Meio Ambiente do órgão comunicou o Zoológico sobre uma concentração não usual de urubus. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (CENIPA) também notificou a fundação.

A Infraero informou que não participa de negociações com o Zoológico e que emitiu o comunicado para verificar se a fundação pode fazer algo a respeito, devido à proximidade com o Aeroporto de Congonhas. Procurada pela reportagem, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo não se pronunciou sobre o caso.

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