Tomie Ohtake foi a grande dama da arte
Ícone da pintura e da escultura, a nipo-brasileira morreu, aos 101 anos, no dia 12
Nascida em 21 de novembro de 1913 na cidade de Kyoto, no Japão, Tomie Ohtake era a caçula e a única mulher entre seis filhos. Chegou ao Brasil em 1936 e logo conheceu o engenheiro-agrônomo Oshio, com quem se casou e teve seus dois filhos, Ruy e Ricardo. Só estreou na pintura aos 39 anos, quando passou a ter aulas com Keiya Sugano. Um ano depois começou a participar de salões e a ganhar prêmios pelo país. Em sua carreira acumulou 28 deles. Integrou o Grupo Seibi, do qual fazia parte o também japonês radicado no Brasil Manabu Mabe (1924-1997). Na década de 60, aproximou-se do abstracionismo, estilo que a consagrou.
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Venceu o Salão Nacional de Arte Moderna em 1960 e participou da Bienal de São Paulo no ano seguinte, época em que se naturalizou brasileira. Nos anos 80 explorou a escultura e criou obras públicas como o Monumento à Imigração Japonesa, na Avenida 23 de Maio, em 1988, pelo qual foi condecorada com a Ordem do Rio Branco. O instituto que leva seu nome, localizado em Pinheiros, surgiu em 2001, projetado pelo filho Ruy e dirigido até hoje por Ricardo. Após lutar por uma semana contra uma pneumonia, Tomie Ohtake morreu, aos 101 anos, no último dia 12, no Hospital Sírio-Libanês, na Bela Vista, de um choque séptico.