“Não quero ser um super-herói”, diz Telhada sobre quadrinho
Comandante da Rota de 2009 a 2012 e atualmente vereador da cidade, Coronel Telhada vira personagem de HQ
As histórias em quadrinhos do Batman, do Super-homem e do Homem-Aranha ganharam companhia nas bancas de jornal nesta sexta-feira (27). Nome conhecido da Rota – a tropa de elite da Polícia Militar paulista -, Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, o Coronel Telhada, vereador em São Paulo pelo PSDB, virou gibi.
+ Moradores demarcam lugar em ocupação do MTST
A revista, publicada pela editora Atreyu Studio, segue a linha dos mangás japoneses e quer atingir um público fã do gênero policial. Ao todo, 7 000 exemplares chegaram às bancas da capital paulista e outros 3 000 foram para o Rio de Janeiro. O magazine, não indicado para menores de 16 anos, é vendido a 5 reais.
A primeira edição é dividida em duas partes. Intitulada Policial Cristão, a parte inicial narra a trajetória de um Telhada criança nos anos 60, quando assistia a um desfile da Guarda Civil, e cenas mais recentes dele já vereador. Na segunda seção, são revividas duas passagens dele como policial, quando protagoniza a elucidação de um caso de roubo e de um sequestro na década de 90.
Abaixo, Telhada fala sobre o lançamento:
– Quando surgiu o projeto?
Começou há mais ou menos um ano quando me incentivaram a escrever uma biografia da minha vida. Fui um pouco reticente, pois nunca é legal falar de si mesmo. Como surgiu essa ideia da minha equipe e é algo inédito, decidi topar. Afinal, sou fã de quadrinhos.
– Quais os seus preferidos?
Desde criança lia histórias em quadrinhos. Eu me lembro muito de devorar os HQs do Batman, do Flash Gordon e até do Tio Patinhas. Mas sempre fui muito fã do Sargento Rock, um militar americano da Segunda Guerra. Tenho quadrinhos antigos guardados até hoje.
– Ele é seu herói preferido e serviu como inspiração?
O meu preferido é o Super-homem. Tenho até uma estátua dele na mesa do meu gabinete. Ele representa o que todo policial gostaria de ter: peito de aço e visão de raio-X.
– O senhor que escolheu o desenho?
Eu até opiniei, mas a equipe que faz os desenhos é muito boa. Acho que fiquei bonito. Já tive um corpo parecido com o do personagem, só que com uma barriguinha (risos).
– Qual o público que o senhor espera atingir?
Isso ainda é muito subjetivo porque acabou de ser lançado. De início pensei nos jovens mesmo. Mas hoje tenho 177 000 seguidores no Facebook, e gente de todas as idades. É difícil dizer quem vai se interessar pela minha história, mas como é tudo real gera curiosidade.
– O senhor se vê como um herói para esses jovens?
Sou o policial mais conhecido da cidade e quis trazer minha credibilidade para esse personagem. Seria muita petulância dizer que posso ser um herói para os adolescentes. Herói aqui no Brasil é so jogador de futebol. Já peguei em tanta alça de caixão que tenho vergonha que me chamem assim.
– As histórias são reais, certo?
Todas as histórias são baseadas em histórias reais. Sempre colocamos os recortes de jornal no fim comprovar. As primeiras já tiveram que passar por uma edição. Não é legal ficar colocando um monte de gente morta ali, fica muito pesado.
– Quais os próximos episódios dos demais volumes?
Vamos analisar ainda as novas histórias, não tem nada pronto. Pretendo colocar o episódio de quando fui baleado em operação nos anos 90 e tive de pagar com sangue o preço de uma ocorrência.
– Qual foi o custo do projeto?
Foi tudo pago por patrocinadores.
– Mas quanto saiu no final?
Fizemos parceria com uma gráfica.